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Dia Mundial Sem Tabaco: saiba os efeitos do vício em você e em sua família

Especialista explica as principais doenças causadas pelo uso excessivo de tabaco; crianças e fumantes passivos também são afetados pelo uso

 

 Dados levantados pela OMS (Organização Mundial de Saúde) no último ano apontam para um fato animador: o consumo de tabaco no Brasil diminuiu aproximadamente 35% desde 2010. Ainda de acordo com a entidade, houve um declínio nas taxas globais a partir de 2022. O fato, porém, também mascara uma triste realidade: o tabagismo ainda mata 443 pessoas por dia no Brasil, já que de acordo com o INCA (Instituto Nacional do Câncer), o uso do cigarro é responsável por 90% das mortes por câncer de pulmão.

“O espectro de riscos à saúde decorrentes do tabagismo é muito mais amplo e abrangente do que podemos imaginar. Além do comprometimento cardiovascular e respiratório pelo uso crônico, que podem levar a doenças como enfisema, infarto e AVC, temos também o aumento de condições como sinusites, otites, faringites e laringites”, comenta o médico Rodrigo de Miranda, otorrinolaringologista do Hospital IPO.

“Podemos citar ainda outras situações menos lembradas relacionadas ao cigarro, como alterações na anatomia das pregas vocais que levam a problemas com a voz, como disfonia ou falar mais grosso; além das questões psicológicas e sociais relacionadas ao vício”, destaca.

Com o objetivo de conscientizar a população sobre seus malefícios e incentivar a redução do consumo de produtos derivados do tabaco em todo o mundo, anualmente é celebrado em 31 de maio o Dia Mundial Sem Tabaco. Porém, sabemos que parar com um vício não é tão simples assim como parece.

“Antes de mais nada, ao decidir parar de fumar, procure um especialista ou grupo de ajuda que possam auxiliar nesta jornada. Lembre-se, você adquiriu um vício químico e psicológico, portanto muitas vezes pode precisar de alguém para conduzir e orientar sobre se livrar dele”, explica Miranda. “Paralelamente, é importante realizar uma avaliação multidisciplinar de saúde (cardiovascular, respiratória, gastrointestinal e psicológica) afim de tratar os pontos que forem identificados como já comprometidos pelo cigarro”, complementa.

Vale sempre lembrar que não é apenas o fumante que acaba com a vida comprometida pelo vício, já que a fumaça do cigarro prejudica também as pessoas que estão ao redor. “O fumante passivo está muito mais suscetível a doenças respiratórias agudas que o ativo, que tem o corpo ‘condicionado’ à inalação da fumaça do cigarro. Crianças com pais tabagistas, mesmo que não fumem no mesmo ambiente em que estão os filhos, têm índices consideravelmente maiores de bronquite, otites e sinusites do que as de não fumantes”, explica o otorrinolaringologista.

“Filhos de pais fumantes, mesmo que não estimulados a fumar, estatisticamente desenvolvem o hábito do tabagismo na juventude e idade adulta com frequência muito maior que os que não convivem com o cigarro na infância”, adverte o médico. Inclusive, o mote do Dia Mundial Sem Tabaco em 2024 é “Proteger as crianças da interferência da indústria do tabaco”.

Outro grupo de risco, além de crianças e fumantes passivos em geral, são as grávidas. “Gestantes que fumam, ou são expostas passivamente ao cigarro, apresentam risco infinitamente maior de aborto, de terem filhos prematuros e com mal formações físicas ou mentais”, explica Miranda.

Nunca é demais também listar os inúmeros benefícios do abandono do vício em cigarros. “Sempre pensamos nos benefícios mais evidentes, como aumento da saúde respiratória, diminuição do risco cardiovascular e do risco de desenvolvimento de câncer. Casos de depressão, ansiedade, fissura e insônia também estão relacionados intimamente ao cigarro. Mas o abandono do vício vai muito além: melhora da disposição; resgate de um convívio social saudável, já que o cigarro é malcheiroso e desagrada a maioria das pessoas; e eliminação de um vício que só traz malefícios em troca do prazer momentâneo. Além de estar fora de moda, você já parou para pensar em quanto já gastou e ainda vai gastar com cigarros?”, completa o especialista.

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Jorge Roriz

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