Estima-se que 1 a cada 160 crianças em todo o mundo tenha TEA, de acordo com dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), mas há uma enorme disparidade nos diagnósticos por gênero.
“Muitas meninas e mulheres autistas parecem ser apenas pessoas tímidas e introvertidas”, diz a escritora e empresária britânica Alis Rowe. Com frequência, afirma ela, “essas garotas quietas – e seus problemas – podem ser ‘invisíveis’ para outras pessoas”.
Novas pesquisas científicas no Reino Unido, especificamente projetadas para detectar características autísticas em mulheres, sugerem que a proporção real entre homens e mulheres austistas pode estar mais próxima de 3 para 1.
Se isso estiver correto, centenas de milhares de meninas e mulheres em todo o mundo estão convivendo com austismo sem sequer saberem disso.
Os sinais de autismo em meninas e mulheres não são os mesmos que em meninos e homens e podem passar despercebidos, especialmente em casos de autismo de alto funcionamento, um termo informal usado para designar os casos em que a pessoa tem habilidades cognitivas acima da média em comparação com outros autistas.
O material foi preparado pelos psicólogos e neuropsicólogos André Luiz de Sousa, Cindy Mourão, Regina Viana Nojoza e Luciana Mello Di Benedetto, do Ambulatório de Diagnóstico da instituição. Veja abaixo os sinais de alerta. Os sinais a serem observados é independente do sexo.
1. Pouco contato visual: a criança não olha quando é chamada pelo nome ou não sustenta o olhar.
2. Não interagir com outras pessoas: essa é uma das principais características do autismo. Sorrisos, gestos ou conversas são de pouco interesse de pessoas com essa condição.
3. Bebês que não fazem jogo de imitação: os bebês começam a imitar atitudes e comportamentos por volta dos seis a oito meses de vida. Portanto, deve-se ficar atento quanto à ausência desse comportamento.
4. Não atender quando chamado pelo nome: a criança pode parecer desatenta, sem demonstrar interesse pelo que se passa ao redor.
5. Dificuldade em atenção compartilhada: não demonstra interesse em brincadeiras coletivas e parece não entender as brincadeiras.
6. Atraso na fala: criança acima de dois anos que não fala palavras ou frases deve receber maior atenção.
7. Não usar a comunicação não verbal: a criança, geralmente, não usa as mãos para indicar algo que quer.
8. Comportamentos sensoriais incomuns: a pessoa se incomoda com barulhos altos, por vezes colocando as mãos nos ouvidos diante de tais estímulos, não gosta do toque de outras pessoas e pode se irritar com abraços e carinho.
9. Não brinca de faz de conta: a criança não costuma criar suas próprias histórias, não participa das brincadeiras dos colegas nem utiliza brinquedos para simbolizar personagens. Suas brincadeiras costumam ser solitárias e com partes de brinquedos, como a roda de um carrinho ou algum botão.
10. Movimentos estereotipados: apresenta movimentos incomuns, como chacoalhar as mãos, balançar-se para frente e para trás, correr de um lado para outro, pular ou girar sem motivos aparentes. Os movimentos podem se intensificar em momentos de felicidade, tristeza ou ansiedade.