No dia 29 de outubro é marcado como a data de conscientização, tratamento e combate ao preconceito relacionado à psoríase – uma enfermidade inflamatória crônica da pele, caracterizada por placas avermelhadas e descamativas. A psoríase acomete pessoas de qualquer faixa etária, com maior incidência entre 30 e 40 anos e 50 e 70 anos, sem distinção quanto ao gênero. A doença, que atinge cerca de cinco milhões de brasileiros, segundo a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), não é transmissível e não tem cura, como explicam as médicas dermatologistas sócias da Clínica inDerm, Camila Sampaio e Fernanda Ventin.
“É importante ressaltar que a doença não é contagiosa e o contato com pacientes não precisa ser evitado. Ela é cíclica, ou seja, apresenta sintomas que desaparecem e reaparecem periodicamente. Sua causa é desconhecida, mas se sabe que pode estar relacionada ao sistema imunológico, às interações com o meio ambiente e à suscetibilidade genética”, explica Fernanda Ventin.
A doença crônica e autoimune tem uma gravidade que é variável, podendo apresentar, desde formas mais leves e facilmente tratáveis, até mesmo casos extensos.
“Em casos de psoríase leve a moderada há um impacto estético e emocional além do desconforto sintomático da coceira; o que impacta significativamente na qualidade de vida e na autoestima do paciente. Alguns casos podem ser muito extensos e colocam em risco o estado geral do paciente podendo precisar de internamento para monitorar os dados vitais. Assim, o ideal é procurar tratamento o quanto antes”, completa Camila Sampaio.
Os sintomas, que variam de paciente para paciente, conforme o tipo da doença podem incluir:
Manchas vermelhas com escamas secas esbranquiçadas ou prateadas;
Pequenas manchas brancas ou escuras residuais pós lesões;
Pele ressecada e rachada, às vezes com sangramento;
Coceira, queimação e dor;
Unhas grossas, sulcadas, descoladas e com depressões puntiformes;
Inchaço e rigidez nas articulações.
Tratamento
Nos casos mais leves, normalmente são prescritos medicamentos como pomadas, loções, xampus ou géis. Em casos mais avançados, são indicadas sessões de fototerapia por ultravioleta, com ou sem remédio, medicamentos de uso oral ou injetável. O tratamento deve ser sempre indicado por um médico. Uma das principais diretrizes é ressaltar as perspectivas de tratamento da psoríase para uma melhor qualidade de vida aos pacientes. “A importância do diagnóstico correto e do acesso à informação – uma das principais armas para combater o preconceito – se tornam essenciais para que o paciente não sofra abalos psicológicos, aprenda a se cuidar e a gerenciar sua doença”, explica Fernanda.
“Não existe hoje uma forma de prevenir o surgimento da doença em quem tem predisposição. Apesar disso, existem tratamentos que podem manter a doença controlada ou mesmo ausente da pele, parecendo que a pessoa não a possui. Por isso, é extremamente importante que a população não deixe de procurar um dermatologista para diagnóstico e tratamento. Só assim poderemos ter o controle da psoríase”, finaliza Camila.