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Dia dos Avós: convíver com os netos faz bem à saúde

Estudos apontam que a interação efetiva entre gerações possibilita inúmeros benefícios, entre eles a coeducação, o respeito às diferenças e o exercício da cidadania.

esta sexta (26), o Dia dos Avós é comemorado em diversas partes do mundo. No Brasil, não é diferente. Criada no século XX, a data celebra todos aqueles que têm um neto ou neta para dedicar seu amor. E esse encontro de gerações é comprovadamente benéfico para a saúde dos homenageados do dia, de acordo com a Coordenação de Saúde da Pessoa Idosa na Atenção Primária do Ministério da Saúde.

Para Lígia Gualberto, médica geriatra e coordenadora do setor, o respeito intergeracional e a cultura de paz em sociedades que cuidam de todas as idades se inicia com o exemplo do bom convívio dentro das famílias. “É importante desenvolvermos sociedades que valorizam o cuidado a todas as pessoas de todas as idades e possam promover suas capacidades no ambiente onde vivem com oportunidades para socialização e produção de afetos”, pontua.

“Uma boa relação pode ser um presente para os avós, que podem receber carinho, aprendem novas tecnologias e têm a oportunidade de desenvolver habilidades e sabedoria diante do convite a olhar situações cotidianas por outros ângulos, considerando os aspectos culturais em contínua evolução”, completou Lígia.

Segundo o Estudo Longitudinal de Saúde dos Idosos (ELSI Brasil), pessoas idosas que vivem em comunidades ou vizinhanças que promovem boa participação social apresentam melhores indicadores de saúde e de capacidade intrínseca. Esse conceito foi proposto recentemente pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como um indicador multidimensional de saúde, contabilizando capacidades mentais e físicas que são cruciais para que os idosos continuem fazendo o que mais valorizam.

Além da partilha de experiências com outras gerações, a mudança de visão em relação ao envelhecimento pelos próprios idosos e pela sociedade tem contribuído para uma maior longevidade. Para a OMS, essa mudança faz parte do “envelhecimento ativo”, quando essa população participa de questões sociais, econômicas, culturais, espirituais e outras, conforme suas necessidades, desejos e capacidades, contribuindo para o sentimento de pertencimento e utilidade junto a família, amigos e sociedade.

Mudança de comportamento

Helena Augusto, 75 anos, mora na Ceilândia (DF) e é avó de Arthur Gabriel Alves, de 1 ano e 10 meses. Após o nascimento dele, a aposentada parou de consumir bebida alcoólica e notou a diferença na sua qualidade de vida. “Minha saúde melhorou muito. Tomei essa decisão por mim, mas também pelo meu neto. Faço questão de ficar com ele e preciso estar bem para isso. Então, posso dizer que mudei meus hábitos pelo Arthur”, declarou.

O Sistema Único de Saúde (SUS) e as políticas públicas que ampliam a oferta de cuidado integral ao longo da vida, inclusive com vacinação pública e gratuita desde a primeira infância, a promoção da saúde, o cuidado de condições crônicas, o acesso a medicamentos, serviços de urgência e emergência e reabilitação são essenciais para o aumento da longevidade e para melhoria da qualidade de vida ao longo do processo de envelhecimento.

Também contribuem para o aumento da expectativa de vida o saneamento básico, transporte seguro, combate à insegurança alimentar, ações de vigilância sanitária, promoção de condições de emprego e trabalho digno, aumento da renda, acesso à moradia digna, à segurança pública, à previdência e à assistência social.

Ana Freire
Ministério da Saúde

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