Portal Saúde no Ar

 

Dia do portador de marcapasso

Em comemoração ao Dia do Portador de Marcapasso, (23.09), cardiologistas de todo o Brasil promoveram uma campanha para orientar a população como identificar alterações nos batimentos cardíacos, que podem ser indicativos de arritmias cardíacas e de doenças cardíacas, como por exemplo insuficiência cardíaca. Com o tema TOME UMA MEDIDA DE PULSO, médicos e profissionais da área de saúde prestaram orientações sobre como medir a frequência cardíaca de forma bastante simples: pela medição dos batimentos no pulso.

O número de batimentos cardíacos considerado normal está entre 60 e 100 por minuto, ou um batimento por segundo. Abaixo desse valor, quando ocorrem batimentos cardíacos lentos ou a pessoa apresenta sintomas como tonturas, escurecimento visual, desmaios, sente-se cansada e frequentemente ofegante, ela deve procurar um cardiologista para definição do diagnóstico. Pode-se tratar de um caso grave, com risco de vida e que necessite de um implante de marcapasso definitivo.

Segundo o presidente da ABEC/DECA – Associação Brasileira de Arritmia, Eletrofisiologia e Estimulação Cardíaca Artificial/Departamento de Estimulação Cardíaca Artificial, Cláudio Fuganti, as arritmias cardíacas são caracterizadas por batimentos lentificados, acelerados ou falhas nos batimentos cardíacos. Já a insuficiência cardíaca é a deficiência do coração em bombear o sangue, causando muitos sintomas, como falta de ar, cansaço, inchaços, internações hospitalares e aumento da mortalidade.

Atualmente, 22 milhões de pacientes são portadores de insuficiência cardíaca no mundo.  Segundo dados do Censo Mundial de Marcapassos e Desfibriladores, o Brasil perde nesses procedimentos para países vizinhos como Argentina, Uruguai e Chile. Por aqui são implantados 199 dispositivos móveis por milhão de habitantes, enquanto no Chile são 216, na Argentina 382, no Uruguai 578 e em Porto Rico 606 marcapassos por milhão de habitantes.

Em países desenvolvidos esses números são ainda mais expressivos: 746 na Espanha, 762 em Portugal e 1.126 marcapassos por milhão de habitantes nos Estados Unidos. Na França são 1.019, na Itália 1.048 e na Alemanha 1.267.E

Em nosso país existe também uma grande subnotificação de pacientes portadores de insuficiência cardíaca, que possuem alterações graves,mas sem identificação. Ainda assim, o país lidera o número de mortes por insuficiência cardíaca no mundo, que representa uma em cada três internações no sistema de saúde. São 100 mil novos casos a cada ano e 12,5% dos internados por causa da doença morrem no hospital. “Muitos acreditam, por exemplo, que é normal o idoso estar cansado e não ter disposição para mais nada, mas não é. Ele pode e deve ter qualidade de vida. Um implante de marcapasso em casos de batimento cardíaco lento, por exemplo, pode trazê-lo de volta a uma vida ativa”, conta o cardiologista.

Durante a Campanha foram entregues cartilhas com explicações sobre os principais dispositivos eletrônicos implantáveis cardíacos, suas indicações, cuidados pré e pós-operatórios, limitações para prática de esportes e possibilidades de interferências. Entre as principais dúvidas observadas pelos médicos estão: possíveis interferências de celulares e outros aparelhos eletrônicos, micro-ondas, portas giratórias de bancos, ressonância magnética e se é permitida a prática de atividade física.

“Atualmente, mais de 300 mil pessoas utilizam marcapassos no Brasil e, a cada ano, em torno de 49 mil novos dispositivos são implantados pelo SUS, convênios e particulares. Mas poucos sabem o que pode, o que não pode, quais os riscos e o que é lenda, em relação ao implante cardiovascular”, afirma Fuganti.

A ação teve também o objetivo de alertar a opinião pública sobre a necessidade de melhorar o acesso dos pacientes que precisam desses dispositivos e o profissional médico, principalmente no Sistema Único de Saúde, uma vez que atualmente muitas pessoas morrem na fila de espera por um implante. Em Salvador, ocorreu a entrega de cartilha e explicações oferecidas pelos cardiologistas e medida de pulso, no Ambulatório Silva Lima do Hospital Santa Izabel.

Fonte: ABEC/DEC

A.V.

O jornalismo independente e imparcial com informações contextualizadas tem um lugar importante na construção de uma sociedade , saudável, próspera e sustentável. Ajude-nos na missão de difundir informações baseadas em evidências. Apoie e compartilhe

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.