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DF apresenta plano contra superbactérias

Ao apresentar um plano para conter a proliferação de bactérias multirresistentes, o secretário de Saúde do Distrito Federal, João Batista de Sousa, admitiu que a rede pública do DF passou por um desabastecimento de produtos de limpeza, mas nega que isso tenha contribuído para a situação enfrentada nos hospitais, uma vez que, segundo ele, não houve aumento do número de casos de infecção nos últimos anos.

“Precisamos trabalhar firmemente nas questões que visem o uso racional de antibióticos, a garantia de insumos de limpeza, o controle de limpeza das mãos, a evitar o contado com pacientes infectados, que precisam ficar isolados”, disse o secretário.

Com relação às quatro mortes no DF, o secretário ressaltou que não é possível dizer que foram decorrentes de bactérias multirresistentes. “Essas pessoas que faleceram eram idosas, inclusive pacientes com doença respiratória grave, doença cardíaca. Elas tinham a presença da bactéria, mas nenhum dado indica que morreram em decorrência da bactéria”, destacou.

Enfrentamento

O plano, apresentado nesta terça-feira (09.06) com o título de Plano de Enfrentamento da Resistência Bacteriana nas Áreas Críticas dos Hospitais Públicos do Governo do Distrito Federal (GDF) prevê medidas como o aumento do rigor na higiene dentro e hospitais públicos e uso racional de antibióticos.

Em abril, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) fez reunião com a secretaria, e desde então a equipe vem trabalhando no plano. A equipe detectou inicialmente que algumas medidas tinham sido “afrouxadas”. Por isso, “precisamos apertar com relação à prevenção e controle”, disse Batista.

Além da questão de higiene, outra ação prevista diz respeito à presença de farmacêuticos nas equipes. Segundo o secretário, colocar os farmacêuticos clínicos nas enfermarias é muito importante para o uso correto de produtos antimicrobianos, a diluição e as dosagens corretas, além da aplicação no momento correto.

A partir de agora serão feitos exames de rotina em unidades de tratamento intensivo e áreas críticas para identificar pacientes colonizados – que estão com as bactérias mas não apresentam sintomas. O secretário admitiu que faltam alguns antibióticos na rede pública, entre eles alguns tipos de penicilina, mas revelou que os medicamentos estão em processo de compra. “Posso dizer que faltam antibióticos, mas posso dizer que faltaram esses antibióticos em outras épocas, e é linear. Não houve aumento. Não estamos com a situação agravada em relação ao que vem ocorrendo nos últimos quatro anos”, salientou.

O secretário disse que o DF passa por uma endemia e que não há motivo para a população temer ir aos hospitais públicos. Hoje, sete pacientes estão isolados em quatro hospitais regionais: em Taguatinga, no Guará, em Santa Maria e Sobradinho.

As bactérias multirresistentes, popularmente conhecidas como superbactérias, são organismos resistentes à maioria dos grupos de antibióticos disponíveis no mercado. O corpo humano tem várias bactérias, mas, com a ingestão de antibióticos, algumas se tornam resistentes e se multiplicam, provocando infecções. Dessa forma, o uso indiscriminado de antibióticos é uma das causas do surgimento das superbactérias.

Com informações da Agência Brasil
A.V.

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