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Desmistificando a hipnose

Se você é daqueles que, ao ouvir a palavra hipnose, pensa em um palco iluminado, truques, pessoas comendo cebola achando que é um doce ou tentando obedecer a comandos solicitados sem conseguir, esqueça esse conceito. Com expressão crescente no mundo e conquistando seu espaço no Brasil a hipnose é, na realidade, uma técnica de aplicação clínica que pode ser utilizada no tratamento das mais variadas patologias, sejam físicas ou emocionais.

Foi na Grécia e no Egito que surgiram os primeiros registros a cerca da técnica. Muito tempo depois, em 1795, na Escócia, nasceria James Braid, futuro médico que se tornaria o pai da hipnose científica. Hoje, países como Estados Unidos, Inglaterra, Itália, Portugal e também o Brasil têm difundido a prática no âmbito da saúde.  Neste último, embora não haja uma entidade representativa, tem o reconhecimento legal enquanto atividade através dos conselhos de medicina, psicologia, fisioterapia e odontologia.

Sendo assim, médicos, dentistas, fisioterapeutas, terapeutas e psicólogos são os profissionais comumente aptos a desenvolvê-la no dia a dia, desde que estejam devidamente qualificados para o exercício da função, através de cursos de formação específicos. Medo de instrumentos odontológicos, pavor de animais como barata e cachorro, estresse, traumas, fobias, ansiedade, depressão, entre outros males, podem ser tratados pelos profissionais com o uso hipnose clínica.

O tratamento acontece durante o transe, estado alterado de consciência que permeia entre a vigília e o sono. Nesse momento, de equilíbrio e tranquilidade, as técnicas são aplicadas de acordo com necessidades do indivíduo através do principal comando: a voz do hipnólogo. A evolução é gradativa e o número de sessões pode variar de acordo com cada paciente e seu quadro clínico. Desempenhada por profissionais sérios e capacitados, a hipnose clínica é mais uma ferramenta potencial e importante na promoção da qualidade de vida e saúde do ser humano.

5 perguntas mais frequentes sobre hipnose:

Apesar da difusão crescente no Brasil, ainda há muitas dúvidas acerca da hipnose clínica, uso científico da técnica para melhorar a saúde e a qualidade de vida do ser humano. A seguir, destacamos as perguntas mais freqüentes relacionadas ao tema:

1. Qualquer pessoa pode ser hipnotizada?

A hipnose é um estado natural do ser humano. Então, qualquer pessoa que não tenha qualquer tipo de alteração cognitiva, pode ser hipnotizada desde que ela queira. Os pacientes possuem perfis diferentes (uns convencionais, outros autoritários) e a técnica é adaptada a cada um deles, respeitando a individualidade, os valores, as crenças, entre outros. Para que o tratamento tenha resultados satisfatórios, a confiança entre o cliente e o profissional é fundamental.

2. A hipnose pode auxiliar em quais tipos de tratamento?

A técnica pode ser utilizada nos mais diversos tratamentos de saúde. Os medos (de dentista, barata), fobias, ansiedade, vícios (como o cigarro) e emagrecimento são os mais comumente tratados com a utilização da hipnose.

3. Em quais casos a hipnose clínica não pode ser indicada?

Pessoas que apresentem qualquer tipo de problema cognitivo, ou seja, que comprometa de alguma forma o funcionamento cerebral, não pode ser tratada com o uso da técnica. Doença de Alzheimer, onde o paciente perde funções mentais devido ao comprometimento de neurônios, é um exemplo, assim como a síndrome de Down e o autismo.

4. Existe um limite de idade para se submeter ao tratamento?

Não. Crianças, jovens, adultos e idosos, independente do sexo podem ser tratadas com hipnose clínica, caso não tenham nenhum tipo de comprometimento cerebral. As crianças, inclusive, estão são hipnotizadas mais facilmente. Quando elas estão assistindo desenho animado, por exemplo, ficam vidradas a ponto de achar que são o personagem, absorvendo as falas e trejeitos.

5. É possível ficar preso no transe?

Não. O transe é um estado alterado de consciência que permeia entre a vigília e o sono. As pessoas não ficam inconscientes, nem alheias ao que esteja ao seu redor quando estão em uma sessão de hipnose. Um bom exemplo prático e rotineiro: quando uma pessoa está dirigindo e entra no “piloto automático”, pensando em outras coisas menos no ato de dirigir, significa que está em transe. No entanto, esse estado não impede que o carro seja conduzido porque o indivíduo continua consciente.

Redação saúde no Ar

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Iven Vitoriano

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