O chefe do Departamento de Educação Ambiental da Secretaria Municipal do Meio Ambiente e Recursos Naturais de Feira de Santana, João Dias, afirma que o descarte de medicamentos no Rio Jacuípe é a causa do desaparecimento dos peixes no referido rio.
“Existe uma preocupação da prefeitura quanto à contaminação dos rios no município. Por falta de tratamento adequado do esgoto sanitário, que na Bahia é operado pela Embasa, várias espécies de peixes e crustáceos podem desaparecer como já está sendo observado no rio Jacuípe”, justifica João. Outra problemática apontada é a das superbactérias, que são desenvolvidas após o contato de bactérias comuns em mananciais com os medicamentos. “As superbactérias matam atualmente 1 milhão de pessoas no mundo”, alerta.
Ele diz que a eliminação de alguns tipos de medicamento, a exemplo de antidepressivos e analgésicos, associado ao tratamento inadequado de afluentes pode estar afetando os peixes machos com um processo de feminização, provocando o sumiço do camarão pitu e dos peixes acará bandeira, moreira, matrinchã, leandrin e patiapá.
Procurada, a assessoria da Embasa afirmou que, em Feira de Santana, a concessionária conta com estações de tratamento de esgoto que realizam uma cobertura em mais de 90% da cidade. Foi ressaltado ainda que o descarte de medicamentos deve ser feito de maneira apropriada, obedecendo normativas específicas.
o Instituto Estadual do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema) informou que equipes de fiscalização seriam enviadas até o local.
Os hormônios descartados no rio, por falta de um tratamento de esgoto sanitário, que aqui na cidade é operado pela Embasa, está fazendo com o que peixes machos produzam óvulos e mudem as suas características naturais”, disse João Dias, chefe de Educação Ambiental, da Secretaria Municipal de Meio Ambiente.
“Isto ocorre porque o organismo não absorve todas as substâncias existentes em um medicamento, principalmente o estrogênio, proveniente de anticoncepcionais e pílulas do dia seguinte. Nós descartamos esses princípios ativos através das fezes e urinas, na qual, esses desejos estão indo para o Rio Jacuípe e afetando a vida
de várias espécies. Encontramos peixes machos com ovas. Futuramente, muitos deles deixarão de existir por não reproduzem mais”, completou João Dias.
Segundo o chefe de Educação Ambiental, a Embasa é umas das principais responsáveis pela situação. “A situação é preocupante porque o centro comercial de Feira está na sub-bacia do Rio Jacuípe. A preservação desse tesouro natural não está acontecendo e as autoridades precisam intervir. São centenas de pescadores que sobrevivem daquele rio e como ambientalista e representante desta categoria eu me preocupo com o que poderá acontecer no amanhã”, conta.
“Existe uma suspeita também, que o descarte irregular vindo do bairro Feira X e do Três Riachos, esteja contaminado o Rio Jacuípe com microcistinas, o que é outro fator muito preocupante. As pessoas que morrem contaminados pela bactéria, não conseguem descobrir as causas do óbito, a não ser que faça uma análise bem feita do sangue, através da diálise. Essa toxina também contamina os mamíferos e passa para o humano e quem consumir sua carne”, completou.
Fonte: BN e Folha do Estado ( site de Feira de Santana)