Cúpula de Paris ainda não tem rascunho

Nesta quinta-feira (10.12)  foi lembrado o Dia Internacional dos Diretos Humanos durante os trabalhos das delegações de países de todo o mundo e representantes de de ONG’s, organizações sindicais e da sociedade civil,na Cúpula de Paris(COP21).

Para as ONG’s, é dever dos países ricos garantir a redução do aumento do aquecimento global e o auxílio efetivo aos mais pobres. Várias críticas foram feitas aos acordos realizados até agora, como pouca ambição e falta de acordo sobre financiamento de ações, transferência de tecnologia, revisão e aumento das ambições antes de 2020, políticas de reparação por perdas e danos, dentre outras.

Integrantes de organizações como Oxfan, Greenpeace e International Trade Union Confederation usaram palavras duras para pedir maior comprometimento dos líderes dos países desenvolvidos no acordo climático. “Os países desenvolvidos estão fugindo de suas obrigações históricas, eles têm a obrigação de fazer mais”, disse a Oxfan. “Em questão de justiça, os países ricos falharam até aqui. Podem fazer muito mais”, afirmou a ActionAid International.

“O novo rascunho coloca os direitos dos povos em um limbo. O caminho (para alcançar as metas) deve ser o do respeito aos direitos humanos, a garantia do futuro de trabalhadores, a igualdade de gênero, o respeito aos direitos dos povos indígenas. Isso tudo não está no texto. Sem isso, o acordo será para 1% ( da humanidade)”, disse a International Trade Union Confederation.

Para o integrante do Greenpeace, “a mensagem que queremos deixar para os líderes mais poderosos nessas negociações é que parem de jogar pôquer político com o futuro de nossas crianças nas próximas 24 horas dessas negociações”, concluiu o integrante do Greenpeace.

Liderança questionada

A liderança do Brasil foi questionada durante o evento por representantes de delegações presentes na conferência. Embora a delegação brasileira tenha sido nomeada pela presidência francesa para facilitar o diálogo entre os países em torno do termo “diferenciação”, ou seja, mostrar as responsabilidades de países mais ricos, emergentes e pobres no esforço para conter as mudanças climáticas, o país está apático na opinião dos delegados.

Segundo Wendel Trio, da Climate Action Network Europa, é muito difícil encontrar um equilíbrio entre países desenvolvidos e em países em desenvolvimento: ”O Brasil faz bem esse trabalho, tem tradição, mas é muito difícil encontrar um equilíbrio entre países desenvolvidos e em desenvolvimento, ainda falta uma solução definitiva”.

Na opinião da Avaaz, ONG que reuniu 3,6 milhões de assinaturas de pessoas que defendem o uso de 100% de energias renováveis, a atuação brasileira ainda não atendeu às expectativas.

Esperava-se que o Brasil – país que tem a maior delegação na COP21 assumisse um protagonismo maior, com um discurso mais ofensivo para convencer os negociadores a aceitar um texto mais ambicioso. Contudo, conforme Wendel Trio, a delegação brasileira ainda não falou oficialmente com a imprensa em detalhes sobre as negociações que lidera.Com informações das agências.

 

Redação Saúde no Ar

(A.V)

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