Há uma urgência de mudança na percepção de mundo, que por estar limitada a uma visão masculina que reprime o feminino, acabou perdendo valores importantes, relacionados à saúde, educação, espiritualidade, arte, ecologia, relacionamentos etc. Há muito tempo, que a valorização do poder, da aparência, do dinheiro, da competição, vem gerando conflitos e dasarmonizando o planeta. O exterior passou a ser mais importante do que o interior, a alma, o espírito.
No inicio da história da humanidade, o princípio feminino era reverenciado como o poder criador e transformador, existente em todos os seres. Porém, com o tempo, esta força geradora de vida, foi reprimida através de doutrinas religiosas e normas socioculturais, que implantaram o patriarcado e o desrespeito à vida.
Os sistemas espirituais patriarcais negaram a relação existente entre as essências masculina e feminina entre si e com a Origem, o Grande Pai/Mãe. Oprimindo as mulheres, perdeu-se a conexão com o Divino, pois por terem a essência feminina na sua natureza, são elas que possuem o papel fundamental para que ocorra o equilíbrio entre as energias masculinas e femininas, e levar este equilíbrio para todas as áreas das nossas vidas. E é este equilíbrio que aumenta a nossa visão para o que é realmente essencial.
Quando a humanidade começou a se desconectar da essência feminina, tudo o que era considerado “feminino” deixou de ser sagrado e respeitado para ser dominado. A natureza, a afetividade, a ética, a espiritualidade, o amor, passaram a ser desprezados, gerando o egoísmo, o materialismo exacerbado, o desrespeito, a ausência do princípio da harmonia e da interação.
Porém o ciclo do patriarcado está se encerrando e o despertar de uma nova consciência está surgindo. Todos nós estamos sentindo a necessidade de ativarmos a nossa sabedoria interna e acessarmos o caminho que nos leva ao coração. Cultivar a energia feminina existente em cada um de nós, homens e mulheres, é restaurar o Divino, a harmonia.
Não é necessário se desligar do mundo tecnológico e do dinheiro, mas não deve mais ficar dependente dele. O fim do ciclo do patriarcado não significa o surgimento do matriarcado, mas de um mundo onde o feminino e o masculino se completam, onde o melhor de um se une ao melhor do outro. É o surgimento de um mundo mais unido, afetivo, criativo, espiritual e fraterno, onde a paz e o amor prevalecem.
Então despertem o Sagrado Feminino que existe em cada um de vocês. Olhem para dentro de si, se reencontrem, se amem e se respeitem. Somente quando voltarmos a honrar a nossa Essência Divina, é que encontraremos o equilíbrio necessário para sermos realmente felizes.
Redação Saúde no Ar
Autor do texto: Psicoterapeuta e Cientista Social, Lílian Martini.
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