A recente crise entre o governo de Donald Trump e a Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID) tem gerado preocupações significativas no cenário global de ajuda humanitária. A USAID, fundada em 1961 pelo presidente John F. Kennedy, é responsável por administrar a maior parte da assistência civil estrangeira dos EUA, desempenhando um papel crucial em iniciativas de desenvolvimento e ajuda humanitária em mais de 100 países.
Dados Numéricos da USAID
Em 2023, a USAID desembolsou aproximadamente US$ 72 bilhões em assistência, representando mais de 42% da ajuda humanitária global. Esses fundos foram direcionados para países como Ucrânia, Etiópia, Jordânia, Afeganistão e Somália, apoiando programas essenciais em saúde, acesso a água potável e combate à corrupção.
Conflito com o Governo Trump
A tensão intensificou-se quando o presidente Trump, alinhado com o empresário Elon Musk, que lidera o Departamento de Eficiência Governamental (DOGE), criticou abertamente a USAID. Musk chegou a classificar a agência como uma “organização criminosa”, alegando que menos de 10% de seus gastos beneficiavam efetivamente os necessitados. Em resposta, a administração Trump anunciou o fechamento da USAID, instruindo os funcionários a não comparecerem à sede em Washington, D.C., e retirando o site da agência do ar.
Impacto e Desfechos da Crise
O fechamento abrupto da USAID resultou na suspensão imediata de inúmeros programas de assistência ao redor do mundo. Na África Subsaariana, por exemplo, iniciativas vitais como resposta a doenças, educação de meninas e fornecimento de merendas escolares foram interrompidas, afetando milhões de pessoas que dependiam dessa ajuda. Programas de saúde, como o Plano de Emergência do Presidente para o Alívio da AIDS (PEPFAR), que fornece tratamento antirretroviral a milhões, estão ameaçados.
Além disso, a suspensão da assistência dos EUA exacerbou crises em zonas de conflito, como Congo e Sudão, onde milhões dependem de apoio humanitário em meio a conflitos e emergências de saúde. A decisão também gerou críticas de senadores democratas, que alertam que as ações de Trump podem minar a credibilidade dos EUA e contrariar interesses nacionais.
A crise entre o governo Trump e a USAID representa um ponto de inflexão na política de assistência internacional dos EUA, com implicações profundas para milhões que dependem dessa ajuda em todo o mundo.