Com o fim dos estoques de oxigênio em diversos hospitais de Manaus nesta quinta-feira (14). O atendimento de pacientes no Amazonas se agravou ainda mais. Profissionais de saúde do estado, gravaram vídeo pedindo ajuda e alertando para a situação que os pacientes e médicos tem vivido em meio a pandemia e alta de casos.
Mario Vianna, presidente do Sindicato dos Médicos do Amazonas, disse que na manhã desta 5ª feira muitos pacientes estavam sendo “ambuzados”, ou seja, recebendo oxigenação de forma manual, sendo mantidos vivos pelo esforço dos profissionais de saúde, já que os respiradores estão sem oxigênio.
Na quarta-feira (13), um avião da Força Aérea Brasileira (FAB) pousou em Manaus; com o carregamento de seis cilindros de oxigênio hospitalar. De acordo com Nota do Ministério da Defesa o envio “atende à solicitação do governador do Amazonas, Wilson Lima” (PSC), após declaração de que o estado não possui cilindros de oxigênio suficientes para suprir aumento de internações por Covid-19. Por conta disso, até o domingo (17), 386 cilindros de oxigênio deverão ir por aviões C-130 (Hércules).
Segundo o pesquisador Jesem Orellana, da Fiocruz-Amazônia, em entrevista para o jornal Folha a falta de oxigênio foi registrada em instituições como o Hospital Universitário Getúlio Vargas e serviços de pronto atendimento, como o SPA José de Jesus Lins de Albuquerque. De acordo com reportagem, “Há informações de que uma ala inteira de pacientes morreu sem ar”, disse.
Transferência de pacientes
Contudo, o reitor Sylvio Puga, da UFAM (Universidade Federal do Amazonas); responsável pela administração do Hospital Universitário Getúlio Vargas (HUGV), informou que pacientes da instituição estão sendo transferidos para o Piauí.
Além disso, segundo o governador do Amazonas, Wilson Lima, informou que pelo menos 235 pacientes do estado terão transferência para outros seis estados para receber atendimento. Dessa forma, o governador informou que os pacientes podem ser encaminhados para; Goiás, Piauí, Maranhão, Brasília; bem como Paraíba e Rio Grande do Norte.
Reunião de Emergência
De acordo com o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, que esteve no Amazonas nesta semana; afirmou que Manaus é “prioridade nacional neste momento”.
Além disso, o ministério realizou reunião de emergência, ainda na quinta-feira (14) para discutir a falta de oxigênio em Manaus. Dessa forma, segundo relato com o aumento no número de internações e falta de oxigênio a Fiocruz aponta que a situação tão grave que os leitos de UTI se tornaram verdadeiras “câmaras de asfixia”.
Ainda assim, a rede privada também passa por uma situação grave, de acordo com os dados da Secretaria de Saúde do Amazonas, o estado já tem mais de 5,8 mil óbitos confirmados pela covid-19 e 218 mil casos registrados.
A maior fornecedora de oxigênio do país
Por conta da situação atual enfrentada pelo o estado, a White Martins uma das maiores fornecedoras de oxigênio hospitalar no Brasil; onde produz também em Manaus (AM), onde falta o insumo neste exato momento; de acordo com entrevista da empresa ao radar econômico a situação gerou guerra na capital amazonense.
De acordo com a empresa, a demanda por oxigênio hospitalar aumentou em cinco vezes nos últimos 15 dias; dessa forma, alcançando um volume três vezes maior do que a capacidade de fornecimento da empresa. Por outro lado, a saída encontrada foi importar por vias fluviais e aéreas oxigênio de outros lugares. Para isso, foi necessário contar com a ajuda da FAB, mas não foi suficiente. Dessa forma, a saída para a crise de oxigênio pode estar na importação de oxigênio da Venezuela.