Revisão de estudo de pesquisadores canadenses da Universidade de Manitoba e publicada no periódico científico Pediatric Allergy e Immunollogy. Revela que crianças e adolescentes que possuem alergias alimentares têm pior qualidade de vida.
De acordo com a Associação Brasileira de Alergia e Imunologia, cerca de 8% das crianças no mundo têm alguma forma de alergia alimentar. Na infância, dois dos principais alimentos alergênicos, leite e ovo, costumam deixar de causar tantas reações com o passar dos anos. Já as alergias aos frutos do mar, amendoim e castanhas normalmente podem durar por mais tempo.
Dessa forma, os pesquisadores chegaram à conclusão após analisar informações de mais de 8 mil pacientes em 45 artigos quantitativos e 9 qualitativos, todos associando o tema com saúde e bem-estar psicológico e social em crianças alérgicas desde o nascimento até os 19 anos. Além disso, avaliaram os dados a respeito da saúde total, socialização, relacionamentos emocionais e desempenho funcional das crianças e adolescentes.
Assim, segundo a pesquisa, as restrições à comida acabam gerando muita preocupação com a exposição a esses itens proibidos fora de casa, o que tem um grande impacto social. “De fato, a partir dos 4 ou 5 anos de idade isso já aparece”, observa o pediatra e alergista Victor Nudelman, do Hospital Israelita Albert Einstein. “Começam as limitações nas festinhas pois ela sabe que não poderá comer coisas que amigos e irmãos comem, por exemplo”, ressalta.
Dos pacientes avaliados, os mais velhos e que conheciam sua limitação desde cedo, tendiam a aceitar melhor a condição. Contudo, aqueles que descobriram o problema mais tarde sofreram mais para se adaptar. Segundo o especialista é preciso criar um ambiente favorável, despertando a consciência e educando também os familiares a respeito das necessidades específicas da criança.