A cirurgia íntima feminina que reduz ou altera os lábios vaginais (labioplastia), tem se tornado uma tendência em cirurgias plásticas em todo mundo e preocupado especialistas. Em 2017, por exemplo, o procedimento foi incluído no relatório anual da Sociedade Americana de Cirurgiões Plásticos, com 39% de aumento no número de casos em relação a 2015.
No Brasil, segundo levantamento da Dall’Ago & Manfrim Cirurgia Plástica, a procura pela cirurgia cresceu 250% em um ano. “Estou vendo meninas de apenas 11, 12 anos, acreditando que há algo errado com sua vulva” disse uma médica a BBC de Londres.
A troca de imagens de nudez pelo smartphone, segundo os especialistas, seria o motivo do “aumento da procura de procedimentos íntimos por meninas tão jovens”. Além disso o acesso à pornografia na internet, faz com que estas adolescentes “tenham uma percepção irreal sobre a aparência de sua região íntima” relatam os cirurgiões a Veja.
De acordo com os médicos, na adolescência, o corpo ainda está em desenvolvimento, por isso a labioplastia em meninas tão jovens é considerado um risco. “É normal que os pequenos lábios pareçam salientes, simplesmente porque eles crescem primeiro. Mas, mais tarde, isso tende a se normalizar e o procedimento terá sido em vão ou, pior ainda, causar um problema real, como cicatrizes ou assimetria no local” alertam.
A recomendação é que “o procedimento não seja realizado em meninas com menos de 18 anos, exceto em casos de deformidades ou grande impacto físico ou psicológico para a paciente”.