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Cresce o número de voluntários no Brasil

Solidariedade e vontade de ajudar são principais motivadores; Dia Nacional do Voluntariado é amanhã (28/08)

“Faça o bem sem olhar a quem”. O ditado popular resume a essência do que 57 milhões de brasileiros têm feito, mesmo diante de seus compromissos e afazeres do dia: a prática do voluntariado. Os dados constam na terceira edição da Pesquisa Voluntariado no Brasil 2021; levantamento feito a cada dez anos e que mostra o aumento de pessoas envolvidas em questões humanitárias e sociais no país.

O estudo mostra que entre os brasileiros, 34% praticam uma atividade voluntária atualmente (eram 11% em 2011). Desse total, 12% realizam atividades regularmente, com frequência definida (cerca de 20 milhões de pessoas) e 22% sem frequência definida (cerca de 37 milhões de pessoas).

O que move os voluntários é, majoritariamente, a solidariedade, a vontade de ajudar (74%). Um dos vetores de satisfação e motivação mais importantes é a relevância da atividade em que estão atuando. E ao considerar uma população de 203 milhões de habitantes – de acordo com o Censo 2022 feito pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) – constata-se que mais de um terço dos brasileiros já fez ou está envolvido em algum tipo de ajuda ao próximo; atitude que ganha ainda mais relevância com o Dia Nacional do Voluntariado, celebrado em 28 de agosto.

O que é ser voluntário

O trabalho voluntário está previsto na Lei 9.608/1998 e envolve ações para Organizações Não Governamentais (ONGs), hospitais, creches, além de outros locais com projetos focados em ajudar o próximo.

Os voluntários – representados nos mais diversos segmentos (desde organizações educacionais a instituições que atuam em causas emergências humanitárias) – coordenam e participam de campanhas de distribuição de alimentos, resgate de animais, contribuem para mobilizações ligadas à saúde e ao meio ambiente, entre outras iniciativas.

“O serviço voluntário é um ato de amor ao próximo e qualquer um pode participar, basta ter vontade. É muito importante ter pessoas que doam seu tempo, energia e talento, de maneira espontânea e não remunerada em prol de causas sociais, motivadas por valores de participação, altruísmo e solidariedade”, explica o médico urologista e professor Eufânio Saqueti, que participa e coordena de atividades de saúde na região Norte do Brasil.

Atitudes que transformam vidas

Conforme a pesquisa sobre voluntariado, 99% dos entrevistados dizem que o trabalho espontâneo leva as pessoas a conhecerem outra realidade e a repensar sua rotina de vida.

Foi o que aconteceu com cerca de 40 estudantes de Medicina do Centro Universitário Integrado, que fica no município de Campo Mourão, no Noroeste do Paraná. Os futuros médicos participaram de duas edições do Projeto Humanika e prestaram atendimento gratuito às comunidades de Boa Vista do Cuçari e Itamucuri, que ficam no município de Prainha (PA), distante 3.360 quilômetros.

Além de custear as próprias despesas (passagens aéreas, traslados e alimentação), os acadêmicos arrecadaram insumos, cerca de 15 mil cápsulas de comprimidos, realizaram 1.400 atendimentos envolvendo consultas clínicas e cerca de 200 procedimentos cirúrgicos de pequeno e médio porte nessas missões humanitárias.

Ajuda e Norte a Sul

“A medicina chegou para mim com o objetivo de servir, de ajudar onde fosse necessário. E o Projeto Humanika foi um grande presente para me mostrar que estava no caminho certo. É maravilhoso sair de uma consulta lá no Estado do Pará e ouvir o paciente dizer que você é um enviado de Deus, pois eles nunca tinham visto ou falado com um médico”, conta Poliana Martinazzo, que está no 11º período de medicina no Integrado.

Tempos depois, ela auxiliou as vítimas das enchentes que afetaram o Rio Grande do Sul e levou mais de 5 mil medicamentos, materiais e outros itens de primeira necessidade que foram arrecadados com médicos, estudantes, instituições de ensino, campanhas de doações e com a comunidade de Campo Mourão e região.

O mesmo aconteceu com Matheus Del Cistia, estudante de medicina no Centro Universitário Integrado e coordenador das expedições ao Pará e ao Rio Grande do Sul. “O objetivo foi ajudar essas pessoas da Região Amazônica a ter mais qualidade de vida, pois elas vivem praticamente sem nenhum serviço médico. É uma realidade completamente diferente da nossa. Já no Rio Grande do Sul, auxiliamos nos atendimentos clínicos no Hospital Nossa Senhora das Graças, no município de Canoas”, explica.

Choque de realidade

Além de oferecer serviços gratuitos de saúde a quem mais precisa, os estudantes de medicina trouxeram na bagagem histórias emocionantes de superação e transformação pessoal.

“Esses acadêmicos encontraram outras culturas e viram o que é passar dificuldade. A gente dormia em redes, tomava banho com água do rio e a alimentação era feita pelos ribeirinhos. Gosto de ver a desenvoltura deles quando retornamos à nossa rotina. É um impacto sem precedentes na vida dos voluntários”, ressalta o doutor Eufânio Saqueti, que leciona no curso de medicina do Integrado.

“Toda missão é um choque de realidade. É uma conexão enorme que temos com os princípios da natureza, de conseguir livrar pessoas da morte por falta de atendimento médico”, complementa Matheus Del Cistia.

Fazer a diferença

Quem também tem o ‘voluntariado nas veias’ é William Wagner. Ele estuda medicina no Integrado e faz parte da Federação Internacional de Associações de Estudantes de Medicina (IFMSA Brazil), que possui diversos projetos de saúde acontecendo ao mesmo tempo. A cada três meses, ele está envolvido numa ação diferente.

Além de levar atendimento gratuito a comunidades vulneráveis, também atuam de maneira educacional, como no projeto “Hospital do Ursinho” do IFMSA Brazil, feito em escolas públicas. Usando ursos de pelúcia, eles levam às crianças a conscientização sobre a importância das vacinas e do cuidado com o corpo. “Ser voluntário é a possibilidade de fazer a diferença na vida de alguém, promovendo ações que têm impacto social”, diz William.

Práticas que melhoram o mundo

No país, existem milhares de oportunidades de voluntariado, desde a assistência em desastres naturais até o apoio educacional em comunidades carentes, segundo a Pesquisa Voluntariado no Brasil 2021

“Você não faz ideia do quanto o voluntariado pode mudar significativamente a sua vida. Experimente. Se você não gostar, não vá mais. Mas experimente, pelo menos uma vez. Até porque você vai ver que os seus problemas não são os seus piores problemas. E você ver alguém mais feliz no dia de hoje por uma ação sua, não tem preço”, convida o médico Eufânio Saqueti.

Assim como acena o doutor Eufânio e salienta que os voluntários têm um histórico comprovado de boas atitudes e são ótimos catalisadores de mudanças comportamentais, a pesquisa relata que há uma opinião amplamente difundida entre os voluntários de que essa atividade resulta em crescimento seja emocional, espiritual e no exercício de cidadania.

 

Sobre o Centro Universitário Integrado

Localizado em Campo Mourão (PR), o Centro Universitário Integrado oferece, há mais de 25 anos, ensino superior de excelência reconhecido pelo MEC com nota máxima (5) no Conceito Institucional e nota 4 no Índice Geral de Cursos (IGC). Atento ao que o mercado necessita, busca ofertar um ensino de qualidade voltado às competências que precisam ser desenvolvidas por todos os profissionais.

Para isso, conta com infraestrutura moderna, laboratórios com tecnologia de ponta, metodologias de ensino inovadoras e corpo docente com forte experiência acadêmica e vivência prática.

Atualmente, o Integrado oferece mais de 55 cursos de graduação presencial, semipresencial e a distância – incluindo Direito, Medicina e Odontologia – e mais de 100 cursos de pós-graduação em diversas áreas do conhecimento.

Sugestão de legenda

Estudantes de medicina prestam atendimento gratuito no Pará e no Rio Grande do Sul; prática do voluntariado resulta em crescimento emocional, espiritual e no exercício de cidadania

Crédito das fotos

Centro Universitário Integrado

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