Cremeb repudia sugestão da Sesab em segregar o atendimento do SUS por motivo ideológico

O Conselho Regional de Medicida do Estado da Bahia (Cremeb) vem a público para repudiar as declarações do Secretário de Saúde do Estado da Bahia, Fábio Vilas Boas, sugerindo a renúncia aos meios de tratamento à Covid-19 para quem apoia o relaxamento do isolamento social durante a pandemia do SARS-CoV-2.

O Brasil vive o Estado Democrático de Direito no qual é garantido ao cidadão expor as suas ideias livremente, desde que não resulte em ofensa pessoal ou coletiva. Não tem sido diferente no enfrentamento da pandemia do novo coronavírus causador da Covid-19. Assim existem diversas correntes, algumas equidistantes, no tocante à melhor condução neste momento de dúvidas, incertezas e medo.

É garantido ao cidadão, ou grupo de cidadãos, reivindicar o direito ao trabalho e o retorno gradual ao cotidiano, nem que por isso esteja indo de encontro às orientações das autoridades sanitárias.

A sugestão de renúncia aos tratamentos reconhecidos pela comunidade científica, como veiculado amplamente nos últimos dias, apenas por discordar da orientação dominante, constitui-se em grave agressão aos direitos individuais e coletivos insculpidos na Constituição Federal, por criar uma ambiência de pânico na população, ser ato intimidatório, coercitivo e típico de estados totalitários, além de ser comportamento reprovável especialmente se a autoridade for um médico, que em tese está ameaçando os baianos que pensam de forma diferente a condenação à mistanásia, ou a morte sem acesso aos serviços de saúde disponíveis.

A dignidade da pessoa humana não pode conviver pacificamente com sugestões que desqualificam os sujeitos que merecem toda a atenção do Estado brasileiro, que vilipendiam os concidadãos, que tratam com escárnio quem deveria ser protegido e que banaliza as condições de desigualdade social. Como por exemplo, induzir as pessoas a abandonarem as cidades em busca de segurança no campo.

Assim, conclamamos as autoridades a serem resilientes com as fragilidades da população baiana.

 

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