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Creasi realiza sessão científica sobre velhices negras

“Velhices Negras: Reflexões sobre interseccionalidade no atendimento à pessoa idosa” foi o tema da sessão científica realizada na manhã desta terça-feira (27) no Centro de Referência Estadual de Atenção á Saúde do Idoso (CREASI), com a presença da psicóloga Naylana Paixão, mestre e doutoranda em Psicologia do Desenvolvimento, pela Universidade Federal da Bahia (UFBA) e especialista em Saúde da Pessoa Idosa, que trouxe um recorte da sua dissertação para os profissionais da Unidade.

A Sessão Científica, que marcou o encerramento das atividades realizadas no Creasi pelo Dia da Consciência Negra (20), pôs a longevidade como um triunfo e propôs reflexões sobre as diferenças nesse processo que evidenciam que o envelhecimento (e a velhice) varia de acordo às condições de saúde, socioeconômicas, culturais e territoriais da sociedade e dos indivíduos. A psicóloga incluiu as variáveis raça, etnia, escolaridade e renda como importantes para desmistificar a ideia de homogeneidade no processo de envelhecimento.

Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), as pessoas negras tem uma expectativa de vida menor que as brancas. A expectativa de vida das mulheres negras é de aproximadamente, 76 anos, 4 anos a menos que mulheres brancas, 80 anos. Já os homens negros 68 anos, para 74 anos dos homens brancos. A expectativa de vida de negros e brancos está, dessa forma, relacionada a fatores socioeconômicos, como acesso a saneamento e água potável, acesso desigual à educação e exposição à violência, entre outros fatores.

A psicóloga, em sua apresentação, provocou um debate sobre de que maneira ocorre o envelhecimento da população negra e a sua chegada à velhice refletindo sobre como os profissionais de saúde podem atuar nas suas práticas para acolher as demandas dessas pessoas idosas, e incentivou a produção de pesquisas que permitam compreender como as influências culturais e as variáveis de raça e etnia atuam no comportamento e no desenvolvimento da própria sociedade.

“As pessoas chegam com suas histórias, que precisam ser ouvidas, acolhidas. Nós, profissionais de saúde, precisamos ter um olhar sensível quanto às questões emocionais. Tem aspectos do envelhecimento, do ponto de vista emocional, que são ganhos, é uma tendência; mas tudo é atravessado por muitos aspectos. São diferentes determinantes sociais, diferentes âmbitos sobre as repercussões do racismo estrutural na população negra na perspectiva do seu envelhecimento”, concluiu a doutoranda Naylana Paixão.

 

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