Os dados estão disponíveis em estudo realizado a partir da análise de 43 artigos científicos que descrevem os impactos da doença em 11.500 atletas; incluindo amadores e profissionais de alto rendimento. O trabalho, que contou com apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), teve publicação no British Journal of Sports Medicine.
“Estudamos tanto o quadro agudo da doença, buscando avaliar as manifestações e a gravidade, como também os sintomas persistentes, registrados depois que o vírus já havia sido eliminado do organismo. É algo um pouco mais abrangente do que aquilo que se convencionou chamar de Covid longa”; explica Bruno Gualano, professor da Faculdade de Medicina da USP e coordenador da pesquisa.
Além disso, segundo o artigo, 74% dos atletas apresentaram sintomas na fase aguda; os mais comuns anosmia/ageusia [perdas de olfato e paladar, respectivamente] (46,8%); febre/calafrio (38,6%), dor de cabeça (38,3%), fadiga (37,5%) e tosse (28%). Somente 1,3% evoluiu para a forma grave da doença.
De acordo com a avaliação do pesquisador, os achados mais inovadores da pesquisa se referem ao que ocorre após a fase aguda. Entre 3,8% e 17% dos atletas (intervalo de confiança com valor médio de 8%) desenvolvem sintomas persistentes, entre eles anosmia/ageusia (30%), tosse (16%), fadiga (9%) e dor no peito (8%).