De acordo com novo estudo brasileiro, publicado na revista cientifica Journal of the American Medical Association” (JAMA), pacientes adultos internados com quadro grave de coronavírus que receberam corticoide ficaram 2,6 dias a menos no respirador mecânico que os pacientes que não receberam o medicamento.
Durante a analise, cientistas acompanharam 299 pacientes submetidos ao respirador mecânico por causa da Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), internados em 41 UTIs do país. A idade média do grupo era de 60 anos. De acordo com os responsáveis pelo estudo, o corticoide foi capaz de recuperar mais rapidamente o pulmão dos pacientes, diminuindo a permanência deles na ventilação mecânica, com isso, reduzindo as chances de complicações da doença.
Segundo os responsáveis pela pesquisa, a medicação usada na pesquisa age como um anti-inflamatório e imunossupressor (ele inibe a ação do sistema imunológico). Por causa de suas características, ele jamais deve ser usado nesses casos leves ou como prevenção.
Denominado de Coalizão III, o estudo foi conduzido por um grupo de hospitais, rede e instituto de pesquisas nacionais intitulado Coalizão Covid-19 Brasil, que avalia a eficácia e a segurança de potenciais terapias para pacientes com coronavírus. A iniciativa conduz nove estudos ao todo.
O que pensa a OMS
A Organização Mundial da Saúde (OMS) publicou uma revisão de estudos, o compilado de resultados da Coalizão III e de outras pesquisas que utilizaram corticoides em Covid-19. Os resultados demonstraram, em linhas gerais, que a administração de corticoides reduz a mortalidade em pacientes graves com coronavírus. Com base na revisão dos estudos, a OMS também publicou orientações sobre o uso do medicamento.
“Recomendamos corticosteroides para o tratamento de pacientes críticos com casos graves da Covid-19. Sugerimos não usar corticosteroides no tratamento de pacientes que não tenham casos graves da Covid-19”, informa documento da OMS.
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