Covid 19 – Cartórios registram alta de 43% em mortes por causa indeterminada

O Portal da Transparência do Registro Civil,informou que os cartórios do país no período de 26 de fevereiro a 17 de abril, registraram um aumento de 43% de mortes por motivos indeterminados.
Segundo especialistas, o aumento de óbitos sem causa definida pode estar associado a vítimas de coronavírus que morreram sem ter o diagnóstico da doença.

Em 2020, o País teve 1.329 mortes por causa indeterminada no periodo mencionado. Em 2019, 925 óbitos do tipo foram registrados pelos cartórios no mesmo intervalo. De acordo com especialistas, o dado pode ser mais um indício de subnotificação do número de óbitos por coronavírus no País. Com a falta de testes e a alta demanda sobre o sistema de saúde em algumas regiões, doentes podem estar morrendo sem ter uma avaliação médica.

Pneumologista e pesquisadora da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), a médica Margareth Dalcomo diz acreditar que a maioria dos registros está relacionada a mortes por covid-19 não identificadas. “Pode até ser que a pessoa tenha ido a uma unidade de saúde, mas a gravidade não tenha sido notada a tempo. Há casos de pessoas que pioram de forma abrupta, principalmente aquelas com alguma doença crônica ou condição que aumente o risco de complicação”, afirma a especialista.

“Em uma situação de uma doença nova, uma pandemia, a gente espera um aumento de mortes em casa, sem que a pessoa sequer consiga ter atendimento médico. Isso pode estar acontecendo agora”, explica, Fátima Marinho, professora da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e integrante do grupo de especialistas que auxiliou a Arpen-Brasil na elaboração do painel,

“Há uma sensação em todo o mundo que o tratamento de AVC está sofrendo prejuízo do ponto de vista do melhor tratamento por causa da pandemia. As pessoas estão deixando de ir ao hospital com a velocidade, agilidade que deveriam. Com isso, os tratamentos de fase aguda, que funcionam nas primeiras horas, não estão sendo feitos. A pessoa chega tardiamente e a sequela é maior”, complementa o neurologista Eli Faria Evaristo, gerente médico do protocolo AVC no Sírio.

Fonte: Estadão

 

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