Coronavírus – O isolamento acontece em vários países

Simulação feita pela BBC mostra que, ao reduzir em 50% seu contato social, uma pessoa infectada reduziria seu potencial de contágio de 406 pessoas em um mês para apenas 15 pessoas.
Países com mais casos confirmados e avanço no número de mortes tomaram medidas ainda mais draconianas do que as adotadas no Brasil.

A Itália, por exemplo, que registra o maior número de vítimas fatais da Covid-19, está em quarentena total desde o dia 9 de março.

No fim de semana, na região da Lombardia, onde faltam leitos nos hospitais para atender todos os doentes, as pessoas foram proibidas inclusive de se exercitarem ao ar livre fora do espaço de suas casas.

Na Espanha, a quarentena proíbe que se saia de casa a não ser para comprar alimentos, medicamentos ou para trabalhar, caso a função seja considerada “essencial”.

Na Bélgica, todas as lojas que vendem bens considerados não essenciais foram fechadas, e a população foi aconselhada a ficar em casa pelo menos até o dia 5 de abril.

Caminhar e se exercitar ao ar livre ainda é permitido, desde que haja um distanciamento de pelo menos dois metros entre as pessoas. Qualquer tipo de evento social está proibido.

A França passa por uma quarentena rigorosa de duas semanas. Lá, quem sair de casa deve portar uma documentação que justifique o descumprimento da medida. Mais de 100 mil policiais têm patrulhado as ruas para multar em 135 euros (R$ 742) aqueles que a descumprirem.

Encontros com mais de duas pessoas foram proibidos na Alemanha, onde a covid-19 tem apresentado menor letalidade até o momento. Um Estado, a Bavária, determinou quarentena total para a população.

O Reino Unido, que vinha adotando restrições mais brandas ao deslocamento, anunciou medidas mais duras na segunda-feira (23).

Todas as lojas que vendam produtos considerados não essenciais foram fechadas, assim como bibliotecas e parques. Casamentos e batismos foram proibidos, assim como reuniões com mais de duas pessoas que não residam no mesmo domicílio.

Exercícios físicos ainda são permitidos, mas desde que apenas uma modalidade e desde que feita por um pessoa sozinha ou moradores de uma mesma casa.

Nova York entrou em um novo normal, com a maior parte das ruas vazias, com os moradores descobrindo como mudar os hábitos e com as atualizações diárias trazendo números sempre ruins do avanço da epidemia.

Mas não nesta quarta-feira (25). Pela primeira vez desde que a crise no estado começou, surgem números de esperança. O estado de Nova York tem quase quatro mil pessoas internadas em hospitais com a Covid-19

No domingo (22), a projeção mostrava que o número de hospitalizados dobrava a cada dois dias. Na segunda (23), a projeção mostrava que o número dobrava a cada três, quatro dias. E na terça-feira (24), a projeção mostrou que a hospitalização dobraria a cada quatro, sete dias.

O governador disse: “É quase bom demais para ser verdade.”

Andrew Cuomo ressaltou que são dados preliminares, mas que esse é o primeiro indício de que o isolamento implantado no estado está funcionando para frear o avanço da epidemia.

Se é possível que algo esteja melhorando, então, qual é a medida do governo? Trabalhar para aumentar ainda mais o isolamento.

O governo não quer aliviar as medidas de isolamento social porque a previsão é que o pico da epidemia nos EUA seja em duas ou três semanas.

Na cidade de Nova York, um número vem chamando a atenção: quase metade dos infectados é de jovens entre 18 e 44 anos.

Por todo o país a pandemia avnaça em diferentes taxas de crescimento e gravidade. Com mais de 60 mil casos, as mortes ultrapassam 850. Há um consenso entre os especialistas: o pior ainda está por vir.

O governador de Nova York tem dito que o estado é como um campo de testes. Olhando para o estado, o resto do país pode ver o futuro que pode enfrentar.

Angela Merkel, primeira-ministra da Alemanha – 18/03

Isto é sério, Vamos levar a sério. Estou absolutamente certa de que sairemos desta crise, mas quão alto será esse sacrifício? Quantos entes queridos vamos perder? Em grande medida, temos as respostas em nossas próprias mãos – todos nós podemos agora agir de forma decisiva e juntos. Podemos aceitar as restrições atuais e permanecer juntos e apoiar um ao outro.”

Donald Trump, presidente dos EUA – 16/03

“Decidimos endurecer ainda mais as diretrizes e atenuar a infecção agora, preferimos estar à frente da curva do que atrás dela, e é onde estamos. Portanto, estamos recomendando a todos os americanos, inclusive os jovens e saudáveis, que trabalhem para usar a educação domiciliar sempre que possível. Evitem reuniões de grupos com mais de 10 pessoas, evitem viagens dispensáveis, evitem comer e beber em bares, restaurantes e praças públicas de alimentação. Se todos fizerem essas mudanças ou essas críticas mudanças e sacrifícios agora, nos reuniremos como nação e evitaremos o vírus.”

 

Fonte: BBC/ Jornal Nacional

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