Jorge Roriz
A hidroxicloroquina está sendo testada para o tratamento da covid-19 em países como França, China e Estados Unidos. Atualmente, é indicada principalmente para o tratamento de artrite reumatoide e lúpus, além da malária.
A ANVISA determinou que essa medicação só pode ser vendida com receita médica. Isso porque ocorreu uma corrida para a compra desse medicamento na automedicação contra coronavírus, deixando os pacientes de lúpus, malária, atrite reumatoide, sem a medicação. Os estoques esgotaram em algumas farmácias.
o presidente da Anvisa, médico e contra-almirante Antonio Barra Torres, faz um apelo dramático: “Não comprem hidroxicloroquina!”
Segundo ele, 1) os testes para o coronavírus ainda são muito preliminares; 2) há risco sério de efeitos colaterais;
A medicação está sendo testada no hospital Albert Einstein em pacientes graves e com autorização dos familiares, sob total supervisão médica e de forma experimental. A automedicação pode causar, SÉRIOS DANOS irreversíveis para alguns pacientes. NÃO SE DEVE USAR A HIDROCICLOROQUINA SEM PRESCRIÇÃO MÉDICA.
Na coletiva de imprensa em (25/03), o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, afirmou que a hidroxicloroquina não deve ser utilizada de forma irresponsável e em casa. “Usar esse medicamento fora do ambiente hospitalar não é seguro. Deve ser feito em condições de segurança e acompanhamento médico, porque pode ter alterações no ritmo do coração”.
Até o momento, o uso combinado da droga apenas inibiu a ação do vírus no corpo humano, mas ainda não se sabe sua real eficácia, nem a dosagem correta, nem em que momento o remédio deve ser aplicado no tratamento.
O uso indevido de medicamentos pode mascarar e agravar doenças, causando diversos malefícios à saúde
A automedicação traz complicações à saúde, como reações alérgicas e dependência. Além disso, de acordo com o Ministério da Saúde, o hábito pode aumentar a resistência de micro-organismos e inibir a eficácia de outros remédios.
Em entrevista coletiva na tarde deste sábado (28), o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, disse que a hidroxicloroquina, medicamento que vem sendo testado no combate ao novo coronavírus, não é uma “panaceia”.
“Cloroquina não é uma panaceia. Cloroquina não é o remédio que veio para a salvar a humanidade. Ainda”, disse Mandetta sobre o medicamento comumente usado no tratamento de malária.
“Esse medicamento, se tomado, pode dar arritmia cardíaca e paralisar a função do fígado, então se sairmos com a caixa na mão e falar ‘pode tomar’, nós podemos ter mais mortes por mau uso de medicamento do que pela própria virose, então não façam isso”, declarou Mandetta.
O comércio eletrônico de medicamento na Internet vem chamando atenção devido aos riscos gerados. Dentre alguns problemas, pode-se destacar a compra de medicamentos de origem desconhecida, falsificados ou adulterados, de origem estrangeira sem registro da ANVISA, com concentração inadequada ou contaminada, infringindo a Lei 9.677/98, sem registro na Anvisa, com validade vencida, desrespeitando a Lei 6.437/77 e a falta de garantia na estabilidade físico-química e microbiológica do medicamento durante o transporte dele até o consumidor.
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária publicou, em seu site, um comunicado aconselhar os infectados a não realizar automedicação. Confira, abaixo, um trecho da nota:
“Diante das notícias veiculadas sobre medicamentos que contêm hidroxicloroquina e cloroquina para o tratamento da Covid-19, a Anvisa esclarece que:
– esses medicamentos são registrados pela Agência para o tratamento da artrite, lúpus eritematoso, doenças fotossensíveis e malária;
– apesar de promissores, não existem estudos conclusivos que comprovam o uso desses medicamentos para o tratamento da covid-19. Portanto, não há recomendação da Anvisa, no momento, para a sua utilização em pacientes infectados ou mesmo como forma de prevenção à contaminação pelo novo coronavírus; e
– a automedicação pode representar um grave risco à sua saúde”.
Por ser um antiviral eficaz, as expectativas para o futuro do tratamento de covid-19 são altas. No entanto, é importante ressaltar que nem todos os pacientes reagem bem ao uso isolado do medicamento. Scott Schaeffer, diretor do Centro de Informações sobre Intoxicações e Medicamentos de Oklahoma, disse ao jornal USA Today que, em hipótese alguma, deve ser permitido que crianças, ou até mesmo adultos, façam uso do remédio sem prescrição médica.
Entre os possíveis efeitos colaterais, estão tremores, problemas na visão, diarreia e dores abdominais. É preciso, de acordo com especialistas, aguardar que sejam realizados mais testes clínicos com um número maior de pessoas.
Obs: A cloroquina não é vendida em farmácia. A hidroxicloroquina é vendida em farmácia.
O ministério da Saúde anunciou em 25/03 que passará a utilizar a cloroquina e hidroxicloroquina no tratamento de pacientes com sintomas graves do novo coronavírus. ( somente para pacientes internados em estado graves)
O protocolo prevê cinco dias de tratamento e será utilizado apenas em pacientes hospitalizados. Os medicamentos não irão substituir os tratamentos convencionais já utilizados, lembrando que eles não são indicados para prevenir ou tratar pacientes com sintomas leves.
“Esse medicamento já provou que tem ação na evolução do ciclo do vírus, mas os estudos em humanos estão em curso. Essa é uma alternativa terapêutica que estamos dando aos profissionais de saúde para tratarmos esses pacientes graves que estão internados”, declarou o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta.