O Excelsior Saúde desta quarta-feira (25.03) apresentou mais uma entrevista sobre Covid 19. Patrícia Tosta entrevistou a Médica Pneumologista, Dra Larissa Voss Sadigursky. Ela comenta sobre as complicações e as formas de prevenção ao coronavirus.
* Larissa Voss Sadigursky, pneumologista das Clínicas Clivale do Salvador Shopping, Salvador Norte Shopping e Calçada
Diante da atual pandemia do COVID-19, também conhecido como novo coronavírus, e o crescimento acelerado no número de casos registrados tanto no país, quanto em nosso estado, a nossa única vacina contra a doença é a informação assertiva. A população, de um modo geral, precisa se conscientizar da importância de se adotar as medidas preventivas e de precaução da doença, sem pânico. Cada cidadão precisa fazer a sua parte. Não é o caso de estocar comida, mas de se resguardar, respeitar e atender às recomendações das autoridades de saúde. Isso fará a diferença no enfrentamento do problema em nosso país. Então, vamos aos esclarecimentos.
QUANDO PROCURAR A EMERGÊNCIA – A primeira informação que precisa ser compreendida é a de que cerca de 80% dos pacientes que serão infectados pelo vírus vão desenvolver sintomas leves, como os de um resfriado comum, com dor de garganta, febre, nariz escorrendo e dor no corpo. Existem ainda os casos assintomáticos, em que a pessoa não apresenta nenhum dos sintomas, mas é portador do vírus e pode contaminar quem está à sua volta. Atualmente, até o fechamento deste artigo (19/03/2020), só é recomendado procurar uma emergência hospitalar nos casos em que o paciente apresente febre alta, confusão mental, falta de ar e se tiver viajado recentemente para zonas com alta incidência do coronavírus ou entrado em contato com alguém diagnosticado com a doença. O ideal é que pacientes do SUS, com sintomas graves, procurem o Instituto Couto Maia ou a UPA mais próxima.
É importante a compreensão de que, embora a maioria dos quadros de coronavírus tenha sintomas leves, se não tivermos a contenção dos casos, por meio de medidas preventivas, é possível que não haja o suporte necessário para o tratamento nos 5% de pacientes que podem evoluir de forma mais grave, com necessidade de internação em Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Afinal, o Sistema de Saúde não possui capacidade suficiente para comportar tantos enfermos, e, além disso, outras doenças também podem demandar leitos em UTI.
MEDIDAS DE PREVENÇÃO – Para evitarmos que a curva de casos atinja um pico e que este alcance um número que o Sistema de Saúde não consiga absorver, existem medidas de prevenção que são necessárias. A primeira delas é lavar bem as mãos e antebraços com água corrente e sabão, em uma ação que deve durar de 15 a 20 segundos, principalmente ao chegar da rua. Em locais onde não haja água e sabão, é importante realizar a higienização das mãos com álcool gel 70, especialmente em locais públicos. O mesmo álcool deve ser usado na higienização do celular.
Tenha consciência coletiva e fique em casa, em quarentena. Se você tiver doença crônica controlada, não vá à rua. Saia apenas para situações extremamente essenciais. Neste momento, o ideal é que apenas os profissionais indispensáveis para que a vida em sociedade continue, a exemplo de colaboradores de hospitais, profissionais de limpeza, funcionários de farmácias e supermercados, saiam de casa. Caso precise sair, mantenha uma distância de um metro das demais pessoas, evitando, inclusive, apertos de mão, abraços e beijos. Evite tocar em objetos, paredes, corrimãos e demais itens em ambientes de grande circulação, mas se tocar, não esqueça de higienizar as mãos. Adie viagens que não sejam extremamente necessárias.
Muita atenção às visitas a idosos, cardiopatas, diabéticos e pessoas com doenças pulmonares – eles integram os grupos de risco e devem ficar em isolamento, sem visitas de pessoas com sintomas de gripe. Alimente-se corretamente, com uma dieta balanceada, durma bem e hidrate-se. Estas três ações podem ajudar no reforço da imunidade.