O Ministério da Saúde, confirmou nesta terça-feira (28), primeiro caso suspeito de coronavírus no Brasil. Uma estudante brasileira de 22 anos, que esteve em viagem em Wuhan no período de 29 de agosto de 2019 a 24 de janeiro deste ano. A paciente está em observação em um hospital em Belo Horizonte. Caso confirmada a infeção, o nível de alerta no país sobe para emergência de saúde pública nacional.
De acordo com dados apresentados na coletiva de imprensa, entre os dias 3 a 27 de janeiro foram analisados 7.063 rumores de pessoas com coronavírus. Com a verificação, 10 casos se enquadraram inicialmente na definição de suspeitos. Sendo nove deles descartados, e o único caso tratado como suspeito é o da paciente internada em Belo Horizonte. A partir disso, após a Organização Mundial de Saúde (OMS), ter ampliado o nível de alerta a contaminação em cenário global, o governo passará a tratar como suspeito todos os casos de pessoas que viajaram para China, mesmo sem ter estado em Wuhan.
Nova Classificação
Na última segunda-feira (27), a Organização Mundial de Saúde, mudou o nível de alerta, passando a considerar “elevado” o nível de contaminação internacional pelo vírus. Segundo a organização foi um erro na formulação do texto anterior. A princípio a situação era classificava como “moderado”. Até o momento foram registradas 106 mortes na China. A Sociedade Brasileira de Infectologia, lançou cartilha com perguntas e respostas a respeito da doença. No documento o núcleo ressalta que “ainda não está claro com que facilidade o 2019-nCoV é transmitido de pessoa para pessoa. Quanto à gravidade, devemos acompanhar a evolução da epidemia. Pelos dados iniciais publicados, a estimativa inicial é de que a letalidade seja em torno de 3% (26 mortes em 912 casos), inferior à do SARS-CoV e do MERS-CoV. Ainda mais casos foram registrados desde a publicação da cartilha.
Por outro lado, mesmo com a nova classificação de risco internacional, o presidente substituto da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Antonio Barra Torres, informou que o órgão ainda não faz a inspeção de todas as aeronaves que chegam da China. A vigilância sanitária será notificada apenas em caso de um possível infectado.
Casos confirmados
De acordo com a OMS, até o dia 27 de janeiro, já haviam sido registrados 2,798 novos casos do coronavírus em todo mundo. Sendo 2,761 deles na China. Na região de Hong Kong foram 8 casos, em Macau 5 e Taipei 4. Fora do país, foram 37 casos, sendo que 34 dos infetados estiverem em Wuhan. Desse total, os Estados Unidos e a Tailândia registraram cinco casos cada; quatro casos foram registrados no Japão, Cingapura, Austrália, Malásia e a Coreia do Sul. A França registrou três casos, o Vietnam dois, o Canadá e Nepal um caso cada.
O Vírus
Os coronavírus (CoV) são uma grande família de vírus que causam doenças que variam do resfriado comum a doenças mais graves, como a Síndrome Respiratória do Oriente Médio (MERS-CoV) e a Síndrome Respiratória Aguda Grave (SARS-CoV). O novo coronavírus é uma nova cepa que ainda não havia sido identificada em humanos. Os coronavírus são zoonóticos, o que significa que são transmitidos entre animais e pessoas.
Rede de Saúde no Brasil
Diante dos casos, a OMS instalou na ultima quarta-feira (22/01), o Centro de Operações de Emergência (COE) – Coronavírus. O comitê tem como objetivo preparar a rede pública de saúde para o atendimento de possíveis casos no Brasil. Até o momento, não há detecção de nenhum caso suspeito no país. A pasta tem realizado monitoramento diário da situação junto à Organização Mundial da Saúde (OMS), que acompanha o assunto desde as primeiras notificações de casos em Wuhan, na China, no dia 31 de dezembro de 2019.
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Veja pronunciamento: Ministério da Saúde
Por: Joice M Araujo