Coronavírus: 5 dias que determinaram o destino da pandemia

Atualmente com 102.964.429 infectados pelo novo coronavírus, o mundo repensa as suas primeiras estrategias para conter o novo coronavírus desde a sua descoberta em dezembro de 2019.

Contudo, autoridades chinesas afirmaram por semanas que o surto causado por uma doença desconhecida estava sob controle.  Por outro lado, o vírus já havia ido além da fronteira da cidade e se espalhado pelo país.

Desde o inicio, apenas 05 dias determinaram o destino da pandemia.

Primeiros relatos

De acordo com o informado, por órgãos internacionais de saúde, em 30 de dezembro de 2019, muitas pessoas já haviam sido recebidas em hospitais na cidade de Wuhan (local de inicio da pandemia) com sintomas parecidos: febre alta e pneumonia. Dessa forma, o primeiro caso registrado é de um homem que tinha por volta de 70 anos, que adoeceu no dia 1º de dezembro.

Contudo, como muitos pacientes estavam envolvidos com o mercado do peixe; os médicos suspeitaram que poderia ser outro tipo de pneumonia.

Assim que coletado amostras que analisadas os resultados preliminares indicaram, que se tratava de um vírus ainda desconhecido, semelhante ao da Sars. Autoridades de saúde locais e o Centro para Controle de Doenças do país já haviam sido notificados, mas nada havia sido tornado público.

30 de dezembro de 2019

 

Com o recebimento dos resultados no dia 30 de dezembro, surgiram novos questionamentos sobre o que o país estaria enfrentando. Mensagens de alertas começaram a circular por aplicativos de mensagem no país. Em alguns minutos médicos do departamento de oftalmologia do hospital Li Wenliang também receberam a mensagem; compartilhando para mais pessoas informando sobre a possibilidade de infecção por um novo vírus Sars.

Contudo, já com mensagens fora de controle na web milhões de pessoas já falavam sobre Sars na China. Porém, o laboratório havia cometido um erro; o vírus não se tratava da Sars, mas de um novo coronavírus, bastante semelhante. Notícias sobre um possível surto começaram a circular.

31 de dezembro de 2019

 

À medida que a notícia começou a se espalhar, o professor George F. Gao, diretor-geral do Centro para Controle de Doenças da China, passou a receber ofertas de ajuda vindas dos quatro cantos do mundo.

O país reativou a infraestrutura de combate a doenças infecciosas montada depois da epidemia de Sars — em 2019, Gao havia prometido que o amplo sistema de vigilância chinês seria capaz de antever um episódio como aquele.

Dois dos cientistas que entraram em contato com o professor, entretanto, dizem que o CDC não parecia preocupado.

Pesquisador americano que ofereceu ajuda ao pesquisador chines, disse posteriormente que eles precisam ter informado os resultados anteriormente. “Na minha visão, seria preciso divulgar. É algo muito importante para hesitação.”

Naquele dia, o Comitê de Saúde de Wuhan publicou um comunicado em que informava sobre 27 casos de pneumonia viral identificados na região, sem evidência clara, entretanto, de que houvesse transmissão entre seres humanos.

Seriam necessários mais 12 dias até que a China compartilhasse o sequenciamento genético do patógeno com a comunidade internacional.

Dias 01, 02 e 03 de janeiro de 2020

De acordo com a lei internacional surtos de doenças infecciosas que possam gerar preocupação global devem ser reportados à Organização Mundial de Saúde (OMS) em até 24 horas.

Apesar disso, no dia 1º de janeiro a OMS ainda não havia recebido notificação a respeito do que ocorria na China.

“A falha em reportar (o surto) foi claramente uma violação do Regulamento Sanitário Internacional (International Health Regulations).”

além disso, a epidemiologista Maria Van Kerkhove, que se tornaria uma das principais líderes técnicas da OMS no combate à pandemia, participou da primeira de muitas reuniões à distância no meio da noite em 1º de janeiro.

“Nós tínhamos uma suspeita inicial de que pudesse ser um novo coronavírus. Para nós, não era uma questão de se havia ou não transmissão de humano para humano, mas qual era a extensão naquele momento e onde estava acontecendo.”

Apenas dois dias depois, as autoridades chinesas responderam à OMS. Informando que haviam registrado 44 casos de uma pneumonia viral de causa desconhecida. Contudo, a China afirma ter se comunicado regularmente com a OMS a partir do dia 3 de janeiro.

Em contra partida os médicos que desejam compartilhassem suas preocupações, eram silenciados pela imprensa estatal, dando inicio a uma campanha para silenciar os profissionais de saúde.

No dia 2 de janeiro, a emissora estatal Televisão Central da China (CCTV) veiculou uma reportagem sobre os médicos que haviam falado sobre o surto quatro dias antes, retratando-os como “usuários da internet” que haviam “espalhado rumores”.

Em corrida contra o tempo os Laboratórios em todo país tentavam  fazer o sequenciamento completo do genoma do vírus. Entre eles, estava um renomado virologista de Xangai, Zhang Yongzhen, que começou o sequenciamento no dia 3 de janeiro.

Dessa forma, os resultados revelavam um vírus semelhante ao da Sars e, portanto, provavelmente transmissível.

Por outro lado, a divulgação que era um novo coronavírus, só saiu seis dias depois; mesmo naquele momento, não haviam compartilhado nenhum sequenciamento genético; impedindo assim que outros países analisassem os dados e pudessem começar a mapear a disseminação do vírus em seus territórios.

A comunidade científica internacional entrou em ação, e um kit para teste de diagnóstico estaria pronto no dia 13 de janeiro.

Fonte: BBC News

 

 

 

Campanha Vidas Importam 

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