Após quatro anos de difíceis negociações e dez dias de uma maratona diplomática os países concordaram em proteger 30% do planeta até 2030. Além de libertar 30 mil milhões de dólares (cerca de 28 mil milhões de euros) em ajuda anual à conservação para os países em desenvolvimento. O acordo histórico acontece sob a égide da China, que preside à COP15, apesar da oposição da República Democrática do Congo.
A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, saudou esta segunda-feira o “resultado histórico”. De acordo com ela o acordo “completa” o de Paris para o clima. Von der Leyen acrescentou que o mundo tem agora “dois campos de ação para avançar para uma economia sustentável até 2050”. Pontos do acordo
Este “pacto de paz com a natureza”, apelidado de “Acordo de Kunming-Montreal”, apresenta quatro metas de longo prazo (até 2050) e 23 objetivos de ação urgente que visam proteger a terra, os oceanos e as espécies da poluição, degradação e da crise climática. A principal meta propõe “que, até 2030, pelo menos 30% das áreas terrestres, águas e áreas costeiras e marinhas (…) sejam efetivamente conservadas e geridas”. Isso acontecerá “através de redes de áreas protegidas ecologicamente representativas, bem conectadas e geridas de forma equitativa” e “assegurando que qualquer uso sustentável (…) seja totalmente compatível com os objetivos de conservação”.Até o momento, apenas 17 por cento da terra e oito por cento dos mares estão protegidos.
Além disso, o texto prevê ainda que os países desbloqueiem 200 mil milhões de dólares por ano para iniciativas de biodiversidade dos setores público e privado. Os países desenvolvidos fornecerão pelo menos 20 mil milhões de dólares por ano até 2025. E pelo menos 30 mil milhões de dólares anuais até 2030.
O acordo dá também garantias aos povos indígenas, guardiões de 80% da biodiversidade remanescente na Terra. O pacto propõe ainda restaurar 30% da terra degradada e reduzir para metade o risco ligado aos agrotóxicos.