Um dos pilares da agenda diplomática brasileira em 2023, a saúde também terá protagonismo na retomada da cooperação bilateral entre Brasil e Cuba. Após a participação no fórum de países do sul global, chamado de G77+China, a ministra Nísia Trindade assinou um Protocolo de Cooperação em Ciência, Tecnologia, Inovação e Complexo Econômico Industrial da Saúde com o país caribenho.
O acordo prevê a troca de tecnologias e experiências em temas como doenças crônicas, vacinas, biotecnologia e biodiversidade. Bem como, doenças transmissíveis e negligenciadas, fomento de parcerias público-público e público-privado, além do desenvolvimento de produtos inovadores. Uma das propostas aponta para o auxílio mútuo na regulação sanitárias para aprovação e comercialização de medicamentos, dispositivos médicos, vacinas e outras tecnologias. Essas negociações envolvem a brasileira Anvisa e a contraparte cubana, a Cecmed.
“Estamos retomando o acordo binacional com o Ministério da saúde de Cuba para desenvolver de forma conjunta medicamentos e outras inovações nos campos de vacinas, para doenças crônicas como Alzheimer, gastrite. É todo um campo de inovação. O Brasil se beneficia de um conhecimento de ponta que Cuba desenvolveu a partir de um investimento de anos. O Brasil tem expertise clínica e capacidade de produzir em escala para produção nessa área em laboratórios públicos e privados. E, certamente, todo um outro campo de interesses virá”, enfatizou Trindade.
Além disso, o documento também deve beneficiar a capacitação de recursos humanos. O impacto deve ser maior na análise da qualidade de vacinas e medicamentos que fazem parte do comércio bilateral regular, como aqueles para febre amarela e da imunização infantil.
O acorde vai beneficiar a capacidade de ambos os países no desenvolvimento de pesquisas clínicas a respeito do câncer. Além do Brasil prestar apoio a Cuba na criação da rede de bancos de leite humano, a exemplo da parceria com Angola.