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Participaram do debate o médico Lucas Kuhn Pereira Prado, membro da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG), a superintendente de Apoio e Defesa aos Direitos Humanos, Anhamona de Brito, e a delegada de Atendimento ao Idoso de Secretaria de Segurança Pública (SSP), Laura Campo Argolo, além de representantes do Ministério Público e outros órgãos. A aposentada Aldenir Cordeiro, do Centro Social Urbano Conviver, do bairro de Narandiba, tem 75 anos e disse que se sentiu representada durante as discussões. “Foi uma maravilha. Deste encontro pode sair um conjunto de ações para quem já tem a nossa idade ou mais”.
A coordenadora estadual da Política para a Pessoa Idosa, Marlúcia Alves Nunes, disse que desde 2004 o Estado da Bahia tem uma política estadual voltada para o segmento. “Em 2013 esta política foi reeditada e nós estamos em processo de regulamentação. A política para pessoa idosa é transversal. As demandas perpassam por diversas secretarias – Educação, Saúde, Direitos Humanos, Saúde, Segurança Pública – e cada uma precisa ter o conhecimento do seu papel. O Governo do Estado precisa fazer o seu papel de monitoramento dessas ações.
Conselhos municipais
Marlúcia afirmou que o assunto do dia foi específico – a violência contra o idoso – e que para o enfrentamento do problema é preciso que todos os municípios tenham Conselho Municipal da Pessoa Idosa. “Isso ainda é um problema, nós temos pouco mais de 70. Esse conselho é o ponto inicial para o desenvolvimento da política nos municípios. E essa ação de hoje foi muito positiva porque suscita o debate. As pessoas saem da zona de conforto para pensar nessa realidade e nós vamos construir juntos as estratégias e ações, que são de responsabilidade da família, da sociedade e do poder público”.
De acordo com Anhamona de Brito, o Governo da Bahia, por meio da SJDHDS, busca ser o principal articulador de uma rede para enfrentamento da violência contra a pessoa idosa. “Nós fomentamos o desenvolvimento de políticas públicas, dando apoio aos municípios para que atuem de forma específica. Fazemos o repasse de recursos para o cofinanciamento da assistência. Além disso, precisamos garantir uma articulação entre as instituições do sistema de Justiça – Ministério Público, Defensoria Pública e Tribunal de Justiça – para que estes casos de violência contra a pessoa idosa não fique sem atendimento e sem responsabilização das pessoas que comentem essas práticas”, explicou.
Parcela estratégica da população
Para Anhamona, os idosos são uma parcela estratégica da população. “A sociedade brasileira caminha para o envelhecimento. Se hoje nós temos 25% da população nessa condição, há dados que apontam que em 2050 teremos um total de 48% da sociedade nessa esfera. Então, a sociedade precisa se mobilizar e as instituições agir para atender essas pessoas. A gente sabe que as pessoas idosas, com suas aposentadorias, são muitas vezes as chefes de famílias e, por conta de preconceito, as famílias e toda a sociedade acabam deixando de lado o atendimento e o acolhimento a essas pessoas”, ressaltou.
Lucas Kuhn destaca que a violência física existe, deixa lesões e traumas, e devem ser denunciadas, mas é importante registrar que a maioria dos maus tratos e abusos acontece em outros aspectos, como no financeiro e no psicológico. “Para se identificar os tipos de violência é preciso prestar atenção na mudança no comportamento do idoso, na depressão, retraimento, desnutrição, más condições de higiene. A negligência é um mau trato que ocupa 76,3% dos registros”, afirmou. Para o geriatra, o papel da sociedade é participar dos órgãos competentes e fomentar a formação de profissionais da área – gerontólogos, geriatras, cuidadores.
Fonte: Secom
Redação Saúde no Ar*
João Neto