Como superar as desigualdades sociais na era contemporânea

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Como superar as desigualdades sociais na era contemporânea
Título original
COMO SUPERAR AS DESIGUALDADES SOCIAIS E DE RIQUEZA NO MUNDO NA ERA CONTEMPORÂNEA (Artigo e Vídeo)
Fernando Alcoforado
Este é o resumo do artigo de 9 páginas que tem por objetivo apresentar que o mundo convive há muitos anos com a existência da extrema riqueza e da extrema pobreza entre os seres humanos e com a existência de pouquíssimos países ricos que apresentam desenvolvimento econômico e social avançado ao lado da grande maioria de países pobres com precário desenvolvimento econômico e social. O Relatório Mundial sobre as Desigualdades para 2022, produzido pela equipe de Thomas Piketty da Escola de Economia de Paris revela que 10% mais ricos da população global se apropriam atualmente de 52% da renda global, enquanto a metade mais pobre da população ganha 8% da renda mundial e a metade mais pobre da população global mal possui alguma riqueza, tem apenas 2% do total da riqueza mundial. Em contraste, os 10% mais ricos da população mundial possuem 76% de toda a riqueza do planeta. Alguns países experimentaram aumentos espetaculares na desigualdade (incluindo os Estados Unidos, Rússia e Índia), enquanto outros (países europeus e China) experimentaram aumentos relativamente menores. O mesmo vale para países de renda baixa e média, com alguns exibindo desigualdade extrema como, por exemplo, Brasil e Índia, níveis um tanto elevados como a China e níveis moderados a relativamente baixos, como, por exemplo, Malásia e Uruguai.
O Relatório Mundial sobre as Desigualdades para 2022 informa, também, que o Oriente Médio e o norte da África são as regiões mais desiguais do mundo em termos de renda e riqueza, enquanto a Europa tem os níveis de desigualdade mais baixos. As desigualdades globais parecem ser tão grandes hoje quanto no auge do imperialismo ocidental no início do século XX. Na verdade, a parcela da renda atualmente auferida pela metade mais pobre da população mundial é cerca de metade do que era em 1820, antes da grande ruptura entre os países ocidentais e suas colônias. Nos últimos 40 anos, os países tornaram-se significativamente mais ricos, mas seus governos tornaram-se significativamente mais pobres. A parcela da riqueza detida pelos governos é próxima de zero ou negativa nos países ricos, o que significa que a totalidade da riqueza está em mãos privadas. A pouca riqueza disponível pelos governos nacionais pode inviabilizar a capacidade do Estado nacional de promover o desenvolvimento de seus países, superar as desigualdades de renda e riqueza no futuro, bem como enfrentar os principais desafios do século XXI, como as mudanças climáticas.
O Relatório Mundial sobre as Desigualdades para 2022 informa que as desigualdades de renda e de riqueza aumentaram em quase todo o mundo desde a década de 1980, após uma série de programas neoliberais de desregulamentação e liberalização que assumiram diferentes formas em diferentes países. O Relatório Mundial sobre as Desigualdades para 2022 informa que enfrentar os desafios do século XXI não é possível sem uma redução significativa das desigualdades de renda e riqueza. Além disso, argumenta que a ascensão dos Estados de Bem-Estar Social modernos no século XX, que foi associada a um grande progresso na saúde, educação e oportunidades para todos, estava associada ao forte aumento de impostos progressivos e que isto desempenhou um papel fundamental para garantir a aceitação social e política do aumento da tributação e da socialização da riqueza, como é o caso dos países escandinavos. O Relatório Mundial sobre as Desigualdades para 2022 apresenta a tese de que uma evolução semelhante será necessária para os países em todo o mundo enfrentarem os desafios do século XXI e de que o progresso em direção a políticas econômicas mais justas é de fato possível, tanto em nível global como também dentro dos países.
A principal conclusão extraída do Relatório Mundial sobre as Desigualdades para 2022 é a de que as desigualdades de renda e de riqueza são crescentes no mundo e no Brasil em que a maior parte delas é absorvida por uma pequena parcela da população de ricos em detrimento da grande maioria da população de pobres e a maior parte delas é absorvida pelo setor privado em detrimento do setor público. Muitos perguntam porque existem disparidades de renda e de riqueza no mundo e como superá-las? Para responder a esta pergunta é importante observar que riqueza e pobreza não podem ser tratadas de forma isolada, uma vez que são as faces de uma mesma moeda formando um conjunto irredutível. A riqueza e a pobreza constituem um “jogo de soma zero”. Ou seja, o ganho dos ricos ocorre com a perda dos pobres e vice-versa. Para aumentar a renda e a riqueza das populações e dos países ricos, é necessário evitar o aumento da renda e da riqueza das populações e dos países pobres e para aumentar a renda e a riqueza das populações e dos países pobres, é necessário reduzir a renda e a riqueza das populações e dos países ricos. A análise da riqueza não pode ser dissociada da pobreza, pois a concentração da riqueza gera a exploração do homem sobre o homem que se constitui em elemento fundante da pobreza. Será possível a superação das desigualdades sociais e da riqueza no capitalismo? Esta possibilidade só existirá se for implantado o Estado de Bem Estar social nos moldes da social democracia praticada nos países escandinavos (Suécia, Dinamarca, Noruega, Finlândia e Islândia) com a necessária adaptação a cada país porque é o mais bem sucedido sistema social já implantado no mundo e é o berço do modelo de sociedade mais igualitário que o capitalismo já conheceu.
A origem do Estado de Bem Estar social nos moldes do praticado nos países escandinavos remonta à Suécia dos anos 1930, quando se concretizou a hegemonia social democrata no governo do país nórdico, dando início a uma série de reformas sociais e econômicas que inauguraria um novo tipo de capitalismo, em oposição ao fracassado liberalismo econômico das décadas anteriores. Nascia então o chamado modelo escandinavo de desenvolvimento, que rapidamente ultrapassaria as fronteiras suecas para se tornar influente no norte europeu, mas se tornou, também, uma referência importante na formulação de políticas econômicas heterodoxas (progressistas) em todo o planeta. O sucesso do modelo de sociedade dos países escandinavos se deveu à combinação de um amplo Estado de Bem-Estar Social com rígidos mecanismos de regulação das forças de mercado, capaz de colocar a economia em uma trajetória dinâmica, ao mesmo tempo em que alcançava os melhores indicadores de bem-estar social entre os países capitalistas.
O relatório World Happiness Report 2020 demonstra que as nações mais felizes do mundo estão na Escandinávia. Este fato comprova o sucesso do Estado de Bem Estar social nos moldes do praticado nos países escandinavos. Os países nórdicos possuem a mais alta classificação no PIB real per capita, a maior expectativa de vida saudável, a maior liberdade de fazer escolhas na vida e a maior generosidade. Este modelo de sociedade deveria ser adotado como solução para reduzir as desigualdades sociais no mundo porque, ao longo da história da humanidade, o capitalismo fracassou na construção de uma sociedade econômica, social e politicamente justa e humana em vários países deixando como herança a barbárie social da extrema riqueza e da extrema pobreza que caracteriza o mundo em que vivemos. Para acabar com a barbárie social, promover o progresso econômico e social e estabelecer uma convivência civilizada entre todos os seres humanos urge a edificação de um novo modelo de sociedade em cada país do mundo que é, portanto, o Estado de Bem Estar Social nos moldes escandinavos adaptado às condições de cada país.
Para assistir o vídeo, acessar o website https://www.youtube.com/watch?v=oCvzlB5V3Og
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