Coluna Ponto de vista: Pesquisas eleitorais e bom senso

Ao casal amigo Gilka e Wilson Andrade!

Está comprovado o valor das pesquisas de opinião para conhecer as preferências dos diferentes segmentos da sociedade a respeito de temas do seu interesse, ainda que sem a precisão observada nos variados  campos pertinentes às ciências naturais. As pesquisas eleitorais incluem-se nesse largo espectro.

O grande descompasso, porém, verificado entre as projeções eleitorais de alguns importantes institutos e os resultados das últimas eleições foi chocante, a ponto de gerar clamor pela busca da apuração para saber se decorreu ou não de propósitos criminosos, segundo a legislação eleitoral. Destaque-se a identidade entre as projeções da Paraná/Pesquisas e o resultado das urnas, comparativamente ao clima de suspeição que ronda o Datafolha e o IPEC, que cometeram erros abissais. Até o momento em que escrevemos estas linhas, as explicações dadas pelos representantes desses institutos não convenceram.

O velho e eficaz bom senso, por outro lado, continua sendo, onde quer que haja vida inteligente, poderoso instrumento de análise, conforme comprovado por pesquisas sérias. Nessa perspectiva, o resultado das eleições presidenciais evidencia que o Presidente Bolsonaro será o vencedor no segundo turno, por uma margem que deverá oscilar entre cinco e dez milhões de votos, em razão dos seguintes fatores: 1- a vitória de Lula, no primeiro turno, foi sensivelmente inferior às previsões dos principais institutos aferidores, criando um anticlímax perceptível nos políticos do PT e seus aliados, bem como nos comentários e na linguagem corporal abatida dos jornalistas e âncoras de TV, ostensivamente hostis ao Presidente Bolsonaro; 2- a marcante e majoritária eleição para a Câmara e o Senado, nos mais diferentes pontos do País, de nomes vinculados ao atual Chefe do Executivo, com poder de convencimento junto a alguns dos governadores e muitos prefeitos apoiadores do ex-Presidente Lula; 3- o decidido apoio, no segundo turno, dos governadores dos três maiores estados – São Paulo, Minas e Rio de Janeiro -, ao atual Presidente que, só aí, deverá obter mais votos, em número suficiente para neutralizar a vantagem de seis milhões de votos que Lula obteve, no primeiro;  4- em decorrência da antecipada sensação de sua vitória final, Bolsonaro deverá obter, inclusive na Bahia, nas demais 24 unidades federadas, já excluídas as três maiores, entre dez e vinte por cento acima da votação alcançada no primeiro turno, dado determinante do tamanho de sua vitória final; 5- membros do STF que veem exorbitando, em matéria de condenável ativismo político, moderarão sua descompostura, por receio de virem a sofrer impeachment de um Senado que contará com a presença de grandes nomes que desaprovam conduta tão imprópria, inclusive a do ex-juiz Sérgio Moro, um dos homens públicos mais admirados no mundo contemporâneo, tão injustamente enxovalhado por ministros invejosos do seu elevado conceito; 6- por derradeiro, mas não menos importante, o debate nesta fase final permitirá aos eleitores, sobretudo aos de menor escolaridade, como é o caso da maioria esmagadora do PT, residente no Nordeste, uma percepção melhor das invencíveis fragilidades do candidato do PT, em face do assalto aos cofres públicos que comandou, resultando numa ruidosa condenação da qual não foi inocentado e de que só cumpriu  dois anos de cadeia, graças à maior jabuticaba processual que o mundo conhece e que tanto envergonha os brasileiros, que foi a anulação, por incompetência de foro, arguida por um ministro que não teve pejo de agradecer com a toga o seu nomeante, referendada pela maioria dos seus pares. Diante do candidato a Presidente, o Padre Kelmon, em debate televisivo, Lula viveu os momentos mais aflitivos de sua trepidante biografia; 7- é possível que, finalmente, o Presidente deixe de se envolver com questiúnculas menores e priorize a apresentação das inegáveis conquistas de seu governo, de tanto significado para a sociedade brasileira.

Os interessados em conhecer análises semelhantes a essa nossa, pode consultar a do festejado e insuspeito jurista Yves Gandra Martins, em rotineiros vídeos disponíveis na Internet.

Tudo aponta no sentido de que ainda não será desta vez que o Brasil seguirá a senda da Venezuela!

Quem viver verá!

 

 

Este texto não reflete necessariamente a opinião do Portal Saúde no Ar

Coluna de opinião escrita por Joaci Góes, escritor, acadêmico, Colunista do portal Saúde no Ar.u

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