Quando soube que estava grávida de gêmeos Alessandra Albergoni ficou animada pois era o primeiro caso na família. Além disso, o pequeno Andrews iria ganhar dois irmãozinhos, o Alexandre e o Albert. Entretanto, na 22ª semana (início do 6º mês), ela realizou uma ecografia, na qual foi constatado que necessitava de uma intervenção cirúrgica para que os bebês sobrevivessem.
“No momento em que nos contaram, foi bem complicado receber essa notícia e ficamos muito assustados. Eu e meu marido, tomamos a decisão de fazer a cirurgia. A gente não tinha ideia de que daria para fazer isso (a cirurgia) dentro da barriga, com os bebês lá. Mas é a melhor alternativa para que eles fiquem bem”, afirmou antes da operação.
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Mutirões de cirurgias plásticas
Felizmente, o Complexo Hospital de Clínicas da UFPR tem profissionais capacitados para o procedimento de alto risco. A doença em questão era a “síndrome de transfusão feto-fetal”, quando um feto recebe mais sangue do que o outro. Os dois podem ir a óbito: um por excesso de líquido e o outro pela falta dele. Como solução, os médicos fizeram uma cauterização a laser dos vasos sanguíneos da placenta.
“Colocamos uma câmera de vídeo dentro de uma fibra de laser, que tem 3mm de diâmetro. A gente se orienta pelas imagens e realizamos a cirurgia”, explica o especialista em Medicina Fetal Rafael Bruns. O cuidado durante a gestação também é essencial. “No caso dela, deve ser feito um exame ultrassom a cada 15 dias, assim como todos os exames do pré-natal. Uma vez detectado, o ideal é que a gente dê o tratamento em até 72 horas”, complementa.
O processo durou cerca de uma hora. A equipe médica conseguiu interromper a transfusão e, mesmo com a alta taxa de mortalidade (nesta situação, era de 90%), salvaram um dos fetos. O bebê que recebia menos sangue já estava debilitado por conta do problema e não resistiu ao procedimento; por isso, faleceu horas depois.
“Com a separação vascular da placenta entre os dois bebês, a gente conseguiu salvar um deles. É preciso lembrar que a história natural dessa doença seria o óbito do primeiro e, na sequência, muito provavelmente o óbito do segundo. Graças a Deus, com esse procedimento, nós conseguimos fazer com que esse bebê receptor sobrevivesse, estivesse bem e seguisse seu curso normal da gestação, até agora”, relata André Dias, cirurgião pediátrico que participou da cirurgia.
Futuro
Em 2010, uma cirurgia para tratamento da síndrome de transfusão feto-fetal foi realizada no HC, mas com o auxílio de um médico de São Paulo para demonstrar o protocolo. Desta vez, em agosto de 2016, uma equipe composta apenas por profissionais do Hospital de Clínicas comandou o procedimento. “Somos o primeiro centro da Região Sul a realizar a cirurgia”, diz Bruns.
Depois desse período conturbado, a mãe, Alessandra, faz os exames tradicionais de pré-natal com acompanhamento médico. Ela espera a chegada do Albert, o bebê que já venceu uma grande batalha. “Eu e a minha família ficamos tristes no começo por perder um. Mas, graças a Deus, a gente ficou com um que está bem saudável, bem ativo, e só estamos esperando o nascimento dele”, declara.
Redação Saúde no Ar
João Neto
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