Crescem os números de operações de alongamento de membros no campo da cirurgia estética. Mas, para os baixinhos que não se conformam com a sua estatura, além de precisar ter muito dinheiro é preciso ter coragem. As operações podem adicionar até 7 centímetros à altura da pessoa, mas, são muito dolorosas e envolvem quebrar as pernas do paciente.
Esse tipo de cirurgia já foi reservada para pessoas com nanismo ou crianças com o comprimento desigual de membros. Mas, atualmente homens e mulheres com altura abaixo da média parecem estar dispostos a enfrentar o tormento por razões estéticas.
O procedimento, que é difícil e prolongado, começa com uma fratura dos ossos da tíbia realizados pelo médico, que depois faz a inserção de uma haste telescópica neles.
Ossos se regeneram
Ao longo do tempo, como os ossos se regeneram, a haste puxa os ossos separados gradualmente – cerca de um milímetro por dia. Como o osso é esticado, novos ossos, nervos, artérias e pele crescem para preencher a lacuna. O processo é concluído em cerca de 3 meses, adicionando de 2 a 8 centímetros à altura total. Depois disso, o paciente precisa de vários meses de fisioterapia para se recuperar completamente.
Cirurgião ortopédico da Flórida, o doutor Dror Paley realizou cerca de 650 cirurgias de alongamento das pernas até 2012. Segundo conta, a maioria de seus pacientes tinham nanismo ou deformidades graves, enquanto alguns tinham disforia (mal estar psíquico acompanhado por sentimentos depressivos, tristeza, melancolia e pessimismo) e não encontraram psicoterapia útil. “Eles estavam insatisfeitos com a sua altura”, explicou Paley. “É um daqueles poucos distúrbios psicológicos-psiquiátricos que você pode realmente pode curar com a faca”.
Tendo em vista que a cirurgia pode custar mais de US$ 85 mil dólares nos EUA, algumas pessoas estão optando por viajar para a Índia, onde o método é, aparentemente, mais acessível. O Dr. Amar Sarin, um cirurgião ortopédico de Nova Deli, é especialista em cirurgia de alongamento das pernas. “Inicialmente, a maioria dos meus pacientes era dos EUA, da Europa e da China”, disse ele. “Mas isso mudou ao longo dos últimos três anos. Indianos agora correspondem por duas em cada três cirurgias que faço”.
O cirurgião disse que utiliza a técnica russa chamada llizarov – o osso é cortado ou rompido e alongado gradualmente com a ajuda de fios e anéis de metal. Ele já realizou mais de 3 mil procedimentos, desde 1996, 150 dos quais foram feitos por razões estéticas.
Também cirurgião ortopédico de Nova Deli, Manish Dhawan, diz que não defende a cirurgia por razões estéticas, pois pode haver problemas como infecção e complicações neurovasculares por conta da inserção, bem como o aparecimento de osteoporose no local da fratura.
Complicações frequentes
De acordo com um estudo de 2006, divulgado no Jornal de Ortopedia Internacional, “complicações desse tratamento são frequentes”. Elas incluem danos nos nervos, alongamento irregular, problemas no quadril e paralisia. A dor excruciante também é um impedimento, e os médicos não prescrevem analgésicos anti-inflamatórios, pois eles podem inibir o crescimento ósseo. Algumas pessoas chegam a arrepender-se da cirurgia por conta da dor.
De acordo com um estudo de 2006, divulgado no Jornal de Ortopedia Internacional, “complicações desse tratamento são frequentes”. Elas incluem danos nos nervos, alongamento irregular, problemas no quadril e paralisia. A dor excruciante também é um impedimento, e os médicos não prescrevem analgésicos anti-inflamatórios, pois eles podem inibir o crescimento ósseo. Algumas pessoas chegam a arrepender-se da cirurgia por conta da dor.
Conforme reportagem publicada no Jornal Ciência, na China, Kong Jim-Wen gastou mais de 8 mil dólares para alongar suas pernas em 2003, apesar de ser uma mulher saudável, sem distúrbios ou doenças. “Dói, mas vai valer a pena ser mais alta”, disse ela, enquanto estava deitada na cama com uma dor considerável. “Eu vou ter mais oportunidades na vida e uma melhor chance de encontrar um bom emprego e um bom marido”, opinou.
No outro lado do mundo, o morador de Nova Jersey, nos EUA, Akash Shukla, tinha 1,20 cm de altura e “cresceu” para 1,60 cm depois de submetido à cirurgia. “Havia um vazio dentro de mim, um vazio no meu coração”, descreveu o que sentia antes da cirurgia. “Há pessoas que dizem que temos que aceitar o que Deus nos deu, mas, de algum jeito, todos estão tentando alterar o que Deus deu-lhes. Se Deus deu a crianças dentes tortos, que não usem aparelhos”, ressaltou.
A.V.