Cientistas relatam casos de cura do HIV com transplante de medula

Na última terça-feira(05/03),  o jornal norte-americano The New York Times publicou que pela segunda vez um  paciente estaria curado do vírus HIV em um tratamento usando o transplante de medula ossea . Maiores detalhes sobre o estudo publicado no jornal será publicado  na revista Nature.

O tratamento bem-sucedido envolveu transplantes de medula óssea realizados em pacientes infectados com o vírus. No entanto, os transplantes foram feitos para tratar o câncer, mais especificamente a leucemia, dos pacientes e não a infecção causada pelo microrganismo.

Devido aos riscos e efeitos colaterais associados a esse tipo de procedimento, muito provavelmente esse tratamento não será aceito como forma definitiva para a cura do HIV, mas há drogas que estão disponíveis para controlar a infecção. O que os cientistas acham promissor nesse procedimento é o potencial para substituir as células infectadas por células modificadas e imunes para resistir ao retrovírus.

Apoiada pela organização americana de pesquisa sobre a AIDS AMFAR, a organização IciStem é o segundo grupo de cientistas a curar um paciente. Doze anos atrás, na mesma conferência, um médico alemão descreveu o uso de tratamentos baseados no transplante de medula óssea para curar um paciente que estava sendo tratado de leucemia. Todavia, ele havia constatado que esse procedimento também curou o paciente do vírus causador da AIDS.

Depois desse caso, vários médicos tentaram replicar os resultados, obtendo pouco ou nenhum sucesso, pois os pacientes acabavam morrendo devido ao câncer ou o vírus retornava quando eles paravam de tomar os medicamentos.

Ainda não se tem certeza que o paciente está livre de infecções.  Ele passou por uma série de testes para verificar se o vírus havia retornado e, apesar da maioria dos diagnósticos ter apontado para um resultado otimista, um deles revelou que ele ainda seria soropositivo e, portanto, os médicos ainda estão monitorando sua situação de perto. Ele só poderá ser considerado curado do vírus quando não houver mais qualquer indício da infecção.

O NYT observa, no entanto, que a terapia de CCR5 que está sendo desenvolvida só será eficaz em cerca de metade dos pacientes, pois a outra metade continuará vulnerável ou suscetível à infecção pelo fato de o vírus poder usar uma proteína diferente para infectar o organismo.

TERCEIRO CASO

O caso foi apresentado na Conferência sobre Retrovírus e Infecções Oportunistas realizada em Seattle.  O “paciente de Dusseldorf”, como ficou conhecido, demonstrou sinais de cura após passar três meses sem apresentar sinais do vírus em seu organismo mesmo após passar três meses sem tomar medicação antiviral.

Os três casos de cura registrados até o momento são de pacientes que tiveram leucemia e HIV simultaneamente e passaram por um tratamento muito específico
Essa técnica não pode ser usada para qualquer pessoa que tenha o vírus em seu organismo, no entanto, já que um transplante de medula não é recomendável para quem não tem câncer

Fonte: The New York Times

O jornalismo independente e imparcial com informações contextualizadas tem um lugar importante na construção de uma sociedade , saudável, próspera e sustentável. Ajude-nos na missão de difundir informações baseadas em evidências. Apoie e compartilhe

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.