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Cientistas podem ter descoberto arma contra superbactérias

Cientistas americanos descobriram uma nova classe de drogas, pertencente aos lipopeptídeos antimicrobianos (AMLP, na sigla em inglês) que podem ajudar a combater as superbactérias, micro-organismos resistentes ao atual arsenal de antibióticos.

A revista acadêmica “Biophysical Journal”, publicou nesta terça-feira (18.08) um estudo no qual os  pesquisadores explicam que a droga mata células bacterianas seletivamente, poupando as hospedeiras do mamífero, pois se agarram a bolas microscópicas grudadas à membrana bacterial, uma estrutura complexa de mutação mais lenta.

Segundo Alan Grossfield, do Centro Médico da Universidade de Rochester, em Nova York,  e um dos autores do estudo, a necessidade por novos antibióticos contra bactérias e fungos resistentes se tornou uma preocupação médica global :  “ Nossos novos insights em como os AMLPs trabalham como grupo, não individualmente, podem otimizar o desenvolvimento dessas moléculas como uma nova classe de antibióticos”.

Estudos passados já mostravam, como explica Grossfield,   como esses compostos sintéticos possuem uma atividade potente contra uma gama de patógenos e sua capacidade de limpar infecções em ratos. Além disso, os AMLPs estão menos vulneráveis à resistência porque elas atacam a estrutura e função das membranas microbianas.

Isto porque, para desenvolver resistência, os micróbios precisariam passar por grandes mutações que alterassem a mistura de lipídios que compõem a membrana. Além disso, uma variedade de importantes proteínas existentes na membrana dependem da composição atual de lipídios. Dessa forma, para se tornar resistente ao AMLP, o micro-organismo teria que alterar a função da sua própria membrana de proteínas.

Apesar das vantagens já demonstradas em estudos, o progresso no desenvolvimento dessas drogas para uso clínico tem sido limitado pela falta de um entendimento em nível molecular da sua forma de ação, pois ainda não está claro se e como a tendência do AMLP de formar grupos melhora a atividade antimicrobiana.

O estudo de Grossfield, com o estudante de graduação Dejun Lin, usou simulações de dinâmicas moleculares e cálculos de energia para examinar se a tendência dos AMLPs de se agregarem em bolas maiores, chamadas micelas, afetam sua habilidade de se unirem a membranas. Os resultados revelaram que os AMLPs possuem a tendência de se unir rapidamente a qualquer membrana – seja de bactérias ou de mamíferos – que encontram, porque isso é favorável no que diz respeito a termodinâmica. Por outro lado, as micelas têm forte preferência pelas membranas de bactérias.

– As micelas atacam as membranas de bactérias muito rapidamente, o que explica porque elas matam as bactérias sem afetar o animal infectado – disse Grossfield.  “ Como os AMLPs são pequenos e estáveis, a fabricação, processamento e armazenagem são relativamente fáceis e baratos. Estamos otimistas que os AMLPs sejam inseridos no mercado como uma opção necessária para os próximos antibióticos,” acrescentou.

Fonte:Agência Globo

A.V.

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Jorge Roriz

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