Uma nova e revolucionária técnica de edição genética para modificar o DNA de embriões humanos foi usada por cientistas dos Estados Unidos, causando “admiração, inveja e um pouco de alarme”, de acordo com artigo divulgado pelo Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT, sigla em inglês).
A técnica causou alarme na comunidade científica porque envolve um longo debate ético com relação à modificação do DNA humano. O método Crispr-Cas9 é um dos maiores avanços científicos recentes. Em resumo, consegue “recortar” o DNA de forma barata e rápida. Antes a edição genética era uma técnica cara e sem uma possibilidade fácil de expansão.
Após cientistas conseguirem aprimorar o Crispr para uso prático em 2012, em 2015 sua popularidade explodiu e seus usos são incontáveis. Já foi usado para criar cães extramusculosos, porcos que não contraem viroses, amendoins antialérgicos e trigo resistente a pragas. O debate ético gira ao redor disso: devemos criar seres humanos com material genético editado?
A resposta dos pesquisadores do Crispr é que a técnica deverá ser regulamentada. O seu principal objetivo, segundo os cientistas, é mostrar que é possível erradicar ou corrigir genes que causam doenças hereditárias. A técnica é apontada como uma futura solução para a cura de doenças como o Alzheimer, câncer e a Aids.
Esta é a primeira vez que os embriões são modificados em terras norte-americanas. O esforço foi liderado por Shoukhrat Mitalipov, da Universidade de Saúde e Ciência de Oregon, e envolveu a mudança de um grande número de embriões, de acordo como texto do MIT. A técnica já havia sido usada para editar embriões humanos em outras três ocasiões, todas as vezes na China.
Nenhum dos embriões editados pelos pesquisadores dos EUA conseguiu se desenvolver por mais de alguns dias — e, por enquanto, não houve uma tentativa de implantá-los em um útero. De qualquer forma, o texto publicado pelo MIT diz que “os experimentos são um marco para o que pode se revelar uma jornada inevitável para o nascimento do primeiro humano geneticamente modificado”.
Fonte: Artigo do Instituto de Tecnologia de Massachusetts
Foto: S. Dixon/F. Zhang/Divulgação
Redação Saúde no Ar