Cientistas brasileiros desenvolveram um sensor eletroquímico para detecção seletiva do ecstasy (MDMA). Além disso, o método, impresso em 3D, também permite a identificação de uma anfetamina derivada semelhante, conhecida como MDA.
A tecnologia permitiu identificar as anfetaminas em amostras de saliva humana e drogas apreendidas. Os resultados do projeto estão disponíveis na revista científica Electrochimica Acta. O grupo de pesquisa conta com a participação de especialistas da Universidade Federal de Uberlândia (UFU) e da Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM).
De acordo com um dos coordenadores do projeto, Wallans Torres Pio dos Santos, é a primeira vez que um método de triagem proposto para detectar e diferenciar anfetaminas semelhantes como o MDMA e MDA em amostras biológicas e forenses.
A nova tecnologia resulta de um projeto que desenvolve metodologias para a detecção de drogas ilícitas, especialmente as Novas Substâncias Psicoativas ou NPS (do inglês New Psychoactive Substances). Apoiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig).
De acordo com os pesquisadores, todas as plataformas eletroquímicas desenvolvidas podem auxilar no combate ao uso de drogas por motoristas, no controle de doping de atletas em competições esportivas ou em análises forenses.
Os sensores e células eletroquímicas são desenvolvidos nas duas universidades em Minas Gerais. As análises das drogas e amostras apreendidas são realizadas em parceria com os Institutos de Criminalística da Polícia Civil de Minas Gerais e da Policia Civil do Distrito Federal.
Próximos passos
O pesquisador explica queo estudo utilizou amostra de saliva em que adicionou a droga posteriormente. Dessa forma, o próximo passo será testar o sensor com saliva positivada de usuário que de fato tenha utilizado a droga. Dessa forma, será possível comprovar a eficácia do sensor.
Santos conta que o projeto busca, atualmente, firmar uma parceria com a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), que já desenvolve pesquisas com amostras positivadas, para testá-las e assim provar a eficácia do sensor. Ele conta que outras classes de drogas sintéticas também estão sendo avaliadas. Além disso, parcerias com Instituto Médico Legal (IML) da Polícia Civil de Minas Gerais estão em andamento para aplicação desses sensores em outras matrizes biológicas.
A longo prazo, o projeto pretende desenvolver um kits de análise baseado em sensores eletroquímicos usando um dispositivo de detecção portátil, simples, não invasivo e de baixo custo, que é capaz de atestar a presença de uma ampla variedade de drogas em saliva e outras matrizes biológicas, bem como em amostras forenses apreendidas.
(Com informações da Comunicação da UFU)