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Cientistas brasileiros avançam no desenvolvimento de vacina para dependentes químicos

Pesquisadores da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) avançam no desenvolvimento de uma vacina que busca minimizar os efeitos da cocaína e do crack no organismo.

A etapa dos ensaios pré-clínicos, realizados com animais, mostrou resultados promissores na redução do impacto da droga em camundongos, em 2021.

Dessa forma, o projeto concluiu as etapas pré-clínicas, em que foram constatadas segurança e eficácia para tratamento da dependência e prevenção de consequências obstétricas e fetais da exposição à droga durante a gravidez em animais.

Os próximos passos incluem a realização dos estudos clínicos, com voluntários humanos. O pedido deve ser encaminhado à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Em entrevista a CNN, o professor do Departamento de Saúde Mental da Faculdade de Medicina e pesquisador responsável, Frederico Garcia, afirmou que a pandemia impactou o andamento do projeto e que o avanço para as próximas fases depende de recursos.

Atualmente, não existem tratamentos registrados em agências regulatórias para essas dependências. As alternativas disponíveis são comportamentais ou usam medicamentos que ajudam a tolerar a abstinência ou diminuir a impulsividade.

O crack e a cocaína são consumidos por mais de 18 milhões de pessoas no mundo, segundo o Escritório das Nações Unidas (ONU) para Drogas e Crimes. Desse total, 25% podem se tornar dependentes.

A candidata a vacina desenvolvida na UFMG induz o sistema imune a produzir anticorpos que se ligam à cocaína na corrente sanguínea. Essa ligação transforma a droga numa molécula grande, que não passa pela barreira hematoencefálica, uma estrutura que regula o transporte de substâncias entre o sangue e o sistema nervoso central.

Prêmio

A vacina terapêutica da UFMG concorre ao Prêmio Euro Inovação na Saúde, que reconhece grandes inovações da área médica e incentiva o desenvolvimento de soluções. A vacina anticocaína concorre na categoria Inovação Tecnológica Aplicada em Saúde. Os vencedores das categorias concorrem ao prêmio de Grande Destaque.

“Estamos na final de um prêmio latino-americano que proveria os recursos para terminarmos estas etapas clínicas, caso sejamos finalistas”, afirma Frederico.

Para votar é necessário ser médico com registro em um dos países com participação da farmacêutica financiadora da premiação. Podem votar profissionais de medicina com registro ativo nos seguintes países: Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Uruguai, Paraguai, Peru, Equador, México, Colômbia, Guatemala, El Salvador, Nicarágua, Panamá, Costa Rica, Honduras ou República Dominicana.

 

 

 

Fonte: CNN

 

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