De acordo com a biomatemática Gabriela Gomes, da Universidade de Strathclyde, na Escócia, a imunidade de rebanho pode ser possível e uma realidade em alguns cidades do mundo. Segundo a cientista, alguns locais do mundo já dão sinais que podem ter alcançada o que é chamado de “imunidade coletiva ou de rebanho”. Isso acontece quando o vírus já não consegue continuar a se propagar com força, pois não há pessoas vulneráveis em número suficiente para sustentar a epidemia.
Ao mesmo tempo, segundo a Organização Mundia de Saúde, estudos em mais de 50 países indicaram que menos 10% da população apresenta algum tipo de evidência da presença de anticorpos. Apesar disso, mesmo entre os profissionais de saúde e pessoas mais exposta ao vírus, a taxa não passa de 20% ou 25%. “Isso significa que a maioria da população mundial continua suscetível à infecção e que o vírus tem a oportunidade de circular. De acordo com com eles, sem 90% da população sem anticorpos, a imunidade coletiva não é viável.
Para a biomatemática, é a líder do grupo de epidemiologistas que desde março defende que o limiar da imunidade coletiva para o Sars-CoV-2 é de cerca de 20% — e não de 70%, como indicavam os modelos tradicionais.
“Só teremos imunidade coletiva ampla com vacina. Mas a força da pandemia já está reduzida em algumas partes do mundo, como na Europa e em parte da China. Também em regiões dos EUA e do Brasil, onde cada estado deve ser pensado como um país. Estamos mais próximos de voltar à normalidade. É importante que isso seja comunicado às pessoas”, explica a biomatemática.
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Com 90% da população sem anticorpos, imunidade de rebanho não é viável