Em analise, pesquisadores detectaram, pela primeira vez, o genótipo cosmopolita do sorotipo 2 do vírus da dengue no Brasil. A linhagem do vírus da dengue é a mais comum em outras regiões do mundo; contudo nunca houve registro anterior em território brasileiro.
A identificação do genótipo cosmopolita do vírus da dengue foi realizada a partir de um projeto de vigilância genômica de arbovírus em tempo real, liderado pelo Laboratório de Flavivírus do IOC/Fiocruz
De acordo com informações divulgadas através do portal da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz); a detecção do genótipo da dengue aconteceu através do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) em parceria com o Laboratório Central de Saúde Pública de Goiás (Lacen-GO); e ocorreu em fevereiro a partir de uma amostra de um caso de dengue do final de novembro do ano passado.
Segundos os pesquisadores, a chegada dessa cepa ao Brasil preocupa, porque existe a possibilidade da disseminação de forma mais eficiente do que a linhagem asiático-americana; também conhecida como genótipo 3 do sorotipo 2, que atualmente circula no país.
Origem
O achado representa o segundo registro oficial desse genótipo nas Américas, após um surto no Peru, em 2019. As análises no Brasil mostram que a linhagem encontrada é semelhante a dois microrganismos isolados durante o surto registrado na província de Madre de Dios, no Peru. Porém, ainda não é possível dizer que o genótipo cosmopolita foi introduzido no Brasil a partir do país vizinho. A suspeita é que tenha chegado a partir da Ásia, por meio de viagens intercontinentais.
Dessa forma, os pesquisadores publicaram um artigo na plataforma de pré-print medRxiv e ressaltam que entre as principais ações os pesquisadores enfatizam a importância de intensificar a vigilância genômica do agravo para mapear a possível circulação da linhagem cosmopolita e compreender melhor as rotas de introdução do vírus no país.