O Centro Estadual de Referência às Pessoas com Doença Falciforme – Rilza Valentim inicia funcionamento nesta terça-feira (14). O centro foi entregue pelo governador Jerônimo Rodrigues. Este é o primeiro Centro de Referência do tipo no país que é vinculado ao Estado. Localizado na Avenida Centenário, no bairro do Garcia, em Salvador, o equipamento recebeu investimentos de R$ 9,5 milhões para a implantação e tem a gestão da Fundação de Hematologia e Hemoterapia do Estado da Bahia (Hemoba).
De acordo com Jerônimo, “Esse Centro vai organizar uma política de atendimento mais ampla e nós temos o interesse de firmar parceria com universidades, para que, além de um local de atendimento, possa gerar informações para pesquisa, extensão e ensino”.
O secretário de Atenção especializada do Ministério da Saúde, Helvécio Magalhães, falou da importância da retomada de ações voltadas para a política nacional de sangue, hemoderivados e a doença falciforme. “O Centro de Referência dá apoio técnico a outras estruturas de saúde, como as policlínicas regionais de saúde, a atenção básica e as maternidades, por exemplo, fazendo o teste do pezinho. Quanto mais precoce o diagnóstico na doença falciforme, menos sofrimento, menos risco de morte”, declarou.
O vice-governador, Geraldo Júnior, e a titular da Promoção da Igualdade Racial, Ângela Guimarães também prestigiaram a inauguração do Centro.
Incidência na Bahia
A doença falciforme tem prevalência entre pessoas negras e se apresenta, principalmente, com sintomas como anemia crônica e dor severa, que decorre da má circulação sanguínea, sendo, ainda, das condições genéticas e hereditárias mais comuns no mundo. Assim, a Bahia tem grande incidência da doença, considerando que mais de 76% da população é composta por negros. “O exame adequado para o diagnóstico é o teste do pezinho, mas para as crianças que não tiveram a oportunidade de fazê-lo, nós vamos oferecer, nesta primeira semana, 100 testes por dia para diagnóstico de doença falciforme, para rastrear também pessoas que tenham casos de doença falciforme na família”, pontuou a secretária estadual da Saúde, Roberta Santana.
A Associação Baiana de Pessoas com Doença Falciforme (ABADFAL) conta com cerca de dois mil membros. De acordo com eles, “Esse Centro de Referência vai dar mais suporte para nós, pessoas com a doença falciforme, e traz um pouco de esperança e qualidade de vida. Aqui, teremos atendimento de média e alta complexidade. Vai melhorar e muito a vida das pessoas com a doença”, destacou o presidente da Associação, André Gomes.
Atendimento
Com horário de funcionamento de segunda a sexta-feira, das 7h às 19h, o centro fará uma ação especial na primeira semana de atendimento para a triagem de pessoas que tenham antecedente de anemia de causa desconhecida, entre 1 e 45 anos. Para passar pelo teste, é preciso levar RG, CPF e Cartão do SUS.
Para garantir atendimento na unidade é necessário passar pela triagem hematológica, para uma avaliação específica. Após isso, o paciente solicita atendimento, a partir do envio de um e-mail para ambulatorio.triagem@hemoba.ba.gov.br. Para os pacientes que já tem acompanhameno do serviço, as consultas tem agendamento pelos telefones (71) 3116-5675 ou 3116-5676, das 8h às 19h, de segunda a sexta-feira, ou por email, no endereço consulta.ambulatorio@hemoba.ba.gov.br.
Capacidade
O Centro Estadual tem capacidade para atender 100 mil pessoas por ano, um acréscimo de 25%, com atendimento ambulatorial multidisciplinar, que inclui especialistas em hematologia, ortopedia. Bem como, hepatologia, neurologia, oftalmologia, além de nutricionista, psicólogo, odontologia, fisioterapeuta, assistente social, assistência farmacêutica.
Além disso, a unidade está equipada para realizar o Doppler transcraniano, exame fundamental para diagnóstico precoce de alterações de vasos cerebrais relacionadas ao desenvolvimento de AVC. A unidade de saúde oferece ainda exames hematológicos, bioquímicos e conta com uma agência transfusional. A equipe multidisciplinar é composta por 141 profissionais, dos quais, 51 contratados e outros 90 profissionais que atuavam no antigo ambulatório da Fundação Hemoba e que agora fazem parte da equipe do Centro.