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Casos de infarto aumentam 30% durante inverno

O infarto é uma das principais causas de morte entre os brasileiros. Durante o período de inverno, o número de casos atendidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS) chega a subir cerca de 30%, especialmente entre a população idosa. Isso porque entre julho e agosto, quando as temperaturas médias ficam em torno de 14 graus em algumas regiões do País, a reação do corpo ao frio pode desencadear esse quadro.

Segundo o cardiologista do Instituto do Coração (Incor), Luiz Antônio Machado César, que desenvolveu um estudo sobre o tema, os casos são mais recorrentes entre pessoas com mais de 65 anos, cujo sistema cardiovascular é mais frágil. Esse também é o caso de pessoas com hipertensão, diabetes, doenças cardiovasculares e obesidade, que têm maior propensão a doenças coronárias, que reduzem o calibre dos vasos.

“Ao se expor ao frio, há a contração das artérias, o que pode provocar a quebra da placa de aterosclerose. Isso leva a formação de um coágulo dentro da artéria, que entope e causa o infarto”, esclareceu o médico.

Veja a entrevista com o médico cardiologista, Alberto Correia, ao programa Saúde no Ar.

 

Causas

O infarto ocorre quando o fluxo de sangue nos vasos que irrigam o coração é interrompido, seja por coágulos ou obstrução das artérias pelo acúmulo de gordura. Mas, durante o inverno, há outros fatores que contribuem para o aumento de casos. Nesse período, o corpo libera mais adrenalina para equilibrar a temperatura corporal, e, para isso, reduz a espessura dos vasos, que se contraem.

Também nessa época, há a elevação na ocorrência de infecções respiratórias. Por isso, Machado alerta: “não sair no frio e, se precisar sair, que seja bem protegido”.

O médico também lembrou que a poluição do ar é outro fator que aumenta o risco de infartos nessa época do ano, por causa da inversão térmica. Esse é um fenômeno comum nas grandes cidades, quando a camada de ar mais frio, que concentra os poluentes, fica retida perto da superfície pelo ar quente, que é menos denso.

Prevenção

A prevenção contra o infarto está ligada à adoção de hábitos saudáveis no longo prazo, como manter uma dieta balanceada com a ingestão de, no mínimo, cinco variedades de frutas, prática de pelo menos 30 minutos de exercícios físicos diários e não fumar. Essas práticas evitam o surgimento e o agravamento de doenças coronárias e diminuem as chances de infarto em até 75%, segundo estimativas da Organização Mundial de Saúde (OMS).

Machado também ressaltou que a vacinação para prevenir a gripe é outra maneira de evitar problemas cardiovasculares no inverno. De acordo com o cardiologista, a vacina reduz de 6% a 10% a quantidade de internações por infarto nos hospitais públicos.

“A vacina diminui a incidência desses problemas, por isso tem sentido ser aplicada em pessoas de mais idade, nas que já sabem que têm doenças crônicas e grávidas”, afirma.

Consequências

Dependendo do tempo para o socorro e a gravidade do problema, o paciente pode enfrentar consequências por conta do infarto, como insuficiência cardíaca. Em geral, o acompanhamento médico será para toda a vida, com o uso de medicação como aspirina e estatina, que reduzem as taxas de colesterol e freiam a evolução da doença.

Casos

Ao todo, no ano passado, 101.156 pacientes foram internados por conta do infarto do miocárdio. Desses, 87.234 morreram nos hospitais, o equivalente a 86% das internações. Segundo a OMS, todos os anos, 17,5 milhões de pessoas morrem no mundo por causa de infartos, o que representa 31% dos óbitos.

 

Fonte: Portal Brasil

Redação Saúde no Ar*

João Neto

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