A carência de água no sertão nordestino e recentemente no estado de São Paulo, tem sido ultimamente assunto abordado em quase todos os veículos de comunicação, e preocupa a população brasileira, assim como especialistas ambiental e da área da saúde. Com a falta de água nas torneiras e a redução da pressão na distribuição, a vulnerabilidade de algumas doenças como a hepatite A, cólera, e, principalmente, diarreia tendem a aumentar constantemente e impactam negativamente a saúde de modo geral.
De acordo com estudos, o não acesso à água de qualidade e o saneamento precário podem ser os responsáveis por 94% dos casos de diarreia no mundo. Cerca de 5.000 crianças, morrem facilmente todos os dias, devido à falta de infraestrutura de saneamento básico e do consumo de água sem qualidade, segundo dados do Pnud (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento).
Segundo o professor do Departamento de Saneamento e Saúde Ambiental da Escola Nacional de Saúde Pública da Fiocruz Paulo Barrocas, para enfrentar a falta de abastecimento de água, a população é obrigada a buscar o recurso em fontes alternativas, o que pode ser um estopim para os casos de doença.
Ainda de acordo com o professor, fontes, poços, carros-pipas, por exemplo, nem sempre são seguros, do ponto de vista sanitário. Para ele, esses meios de abastecimentos aumenta o risco das pessoas contraírem doenças. O médico ainda salienta que estas doenças são causadas, basicamente, pelo consumo de água ou alimentos contaminados por fezes, e cita exemplos comuns de doenças como hepatite A, febres tifoides e paratifoide, cólera e parasitoses. Além disso, ele alerta também que a pouca água afeta a higiene das pessoas e dos locais onde elas vivem, o que também é fator de risco para outras doenças, como micoses e conjuntivites.