A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) emitiu alerta na ultima segunda-feira (07); a respeito de uma investigação do primeiro caso positivo no país de Candida auris; o fungo resistente a medicamentos que representa grande ameaça à saúde pública em virtude da taxa de letalidade próxima a 60%.

Detectado na sexta-feira (4) no cateter de um paciente internado em um hospital privado em Salvador. Dessa forma,  realizadas duas contraprovas; uma delas no Laboratório Central de Saúde Pública da Bahia (Lacen-BA) e outra na Universidade de São Paulo, referência nacional do Ministério da Saúde, testando positivo em todas as ocasiões.

De acordo com o alerta da Anvisa, o fungo apresenta resistência a vários medicamentos antifúngicos comumente utilizados para tratar infecções por Candida. Além disso, podendo causar infecção em corrente sanguínea e outras infecções invasivas, podendo levar o paciente a óbito; sobretudo, em pacientes com comorbidades.

Além disso, há uma propensão em causar surtos em decorrência da dificuldade de identificação pelos métodos laboratoriais rotineiros e de sua eliminação do ambiente contaminado.

Diante da suspeita, a Anvisa recomendou o reforço da vigilância laboratorial do fungo em todos os serviços de saúde do país, entre outras medidas de controle e prevenção para evitar um surto.

Difícil detecção e controle

Dessa forma; para conseguir identificar esse fungo requer métodos laboratoriais específicos uma vez que a Candida auris pode facilmente passar como outras espécies de leveduras; bem como  Candida haemulonii e Saccharomyces cerevisiae. Além disso, pode permanecer viável por longos períodos no ambiente (semanas ou meses) e apresenta resistência a diversos desinfetantes; entre os quais, os que são à base de quartenário de amônio.

Identificado pela primeira vez em 2009 no canal auditivo de uma paciente no Japão. Desde então, houve casos identificados em países como Índia, África do Sul, Venezuela, Colômbia, Estados Unidos, Israel; bem como Paquistão, Quênia, Kuwait, Reino Unido e Espanha.

Além disso, em 2016, a Opas, braço da Organização Mundial da Saúde para a América Latina e o Caribe; publicou um alerta recomendando a adoção de medidas de prevenção e controle por causa de surtos relacionados ao fungo na região. Contudo; o primeiro surto da região ocorreu na Venezuela, entre 2012 e 2013, atingindo 18 pacientes.