Durante o periódo mais grave da pandemia da covid-19 pacientes com câncer de próstata, que não podiam parar o tratamento, mas precisavam evitar a contaminação pelo coronavírus. Uma das medidas implantadas foi a redução no número de sessões de radioterapia para o tratamento.
O número de sessões teve redução de 39 para 20 aplicações. A experiência bem-sucedida tornou-se rotina no pós-pandemia. Ao lado de exames e tratamentos sofisticados, essa é uma das novidades do combate ao câncer de próstata, que ganha destaque durante a campanha do Novembro Azul, que segue até o próximo dia 30.
No entanto, a redução se aplica a determinados pacientes, que apresentam características específicas. Os que não apresentam riscos de complicação.
De acordo com o presidente da Sociedade Brasileira de Radioterapia (SBRT), Marcus Simões Castilho, médico radioterapeuta; “Essa é uma tendência que começou antes da pandemia da covid19,. Intensificada e adotada de forma mais ampla e disseminada no Brasil para vários tipos de neoplasias com a chegada da pandemia”.
Em setembro de 2019 a SBRT realizou um Consenso de Hipofracionamento na Radioterapia no Câncer de Próstata, e publicou esse material na Revista da Associação Médica Brasileira em janeiro de 2021.
Assim, a estratégia já é consolidada para hipofracionamento moderado entre 20 e 28 frações. Assim, reduzindo o tratamento de 7 a 8 semanas para 4 a 6 semanas. “Estratégias de tratamentos em somente uma semana estão sendo adotadas, porém muito dependentes de alta tecnologia”, disse Castilho.
Dessa forma, além de melhorar a qualidade de vida do paciente, a estratégia de encurtamento amplia a oferta de vagas da radioterapia. O último censo disponível, segundo a entidade, mostra que somente 50% das máquinas necessárias para tratamento estão disponíveis, a maioria delas com mais de 10 anos de funcionamento e distribuídas de forma desigual pelo país.