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Canabinoides podem auxiliar no tratamento de doenças neurológicas

Pesquisa da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) revelou que o canabinoide; substância encontrada em plantas do gênero cannabis; podem auxiliar no tratamento de doenças neurológicas e psiquiátricas. A descoberta de pesquisadores do Laboratório de Neuroproteômica, do Instituto de Biologia (IB), está disponível na revista European Archives of Psychiatry and Clinical Neurosciences.

O estudo,  utilizou tanto compostos extraídos de plantas do gênero cannabis, como o canabidiol, o endocanabinoide, quanto sintéticos.

“A gente sabe muito sobre o efeito dos canabinoides, endocanabinoides ou sintéticos sobre os neurônios. Estamos aprendendo agora que essas substâncias também atuam sobre as células da glia”, diz Daniel Martins-de-Souza, um dos pesquisadores.

Contudo, nas últimas duas décadas, estudos mostraram que elas praticam funções importantes no cérebro. Assim, a pesquisa analisou a interação de uma dessas células da glia, chamada oligodendrócito, com os canabinoides. O oligodendrócito é responsável por produzir a bainha de mielina, que faz o “encapamento” dos axônios, que são o meio de comunicação entre os neurônios. “Para o neurônio conseguir conversar com outro por meio de impulsos elétricos, ele precisa de um encapamento no fio, vamos assim dizer”, explica o estudioso, comparando com os fios de um poste de energia elétrica.

Dessa forma, falhas nas células da glia podem causar doenças. “A bainha de mielina é destruída, por exemplo, na esclerose múltipla, eventualmente até na doença de Alzheimer. Então, a bainha de mielina é bastante importante para que o neurônio funcione. A gente sempre teve uma visão muito neurocêntrica, ou seja, muito da importância do neurônio no cérebro, mas ele não vai funcionar bem se as células acessórias dele também não funcionarem, como é o caso do oligodendrócito”, acrescenta Martins-de-Souza.

Com a análise in vitro, os pesquisadores viram que os canabinoides promovem a proliferação dos oligodendrócitos. “Todas as eventuais doenças que têm perda de oligodendrócitos poderiam se beneficiar”, afirma o especialista. Ele destaca que estudos com animais e humanos devem confirmar esses dados. A pesquisa também mostrou que, com os canabinoides, os oligodendrócitos amadurecem melhor. “Isso abre novas avenidas pra gente investigar potenciais tratamentos de doenças.”

De acordo com os estudiosos, a depressão e esquizofrenia são outras doenças que podem se beneficiar dessa descoberta.

 

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Joice Mara Araujo

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