Campinas-SP- 11.306 casos confirmados de dengue e três óbitos

A cidade de Campinas está enfrentando um aumento nos casos de dengue. Até esta segunda-feira (15), o boletim divulgado pelo Departamento de Vigilância em Saúde do município registra 11.306 casos confirmados da doença e três óbitos (dados até a 52ª semana epidemiológica).

Além do aumento de casos em relação aos anos anteriores, também é preocupante a possibilidade de circulação dos sorotipos 3 e 4 do vírus da dengue, que já foram identificados em outros estados e municípios.

“Há vários anos não temos casos desses sorotipos em Campinas. A possibilidade de infecções por eles é preocupante, pois pacientes que já tiveram dengue com outros sorotipos tem maior risco de evoluir para quadros graves”, explica Dra. Elisa Teixeira Mendes, infectologista do Hospital São Luiz Campinas.

Entre os principais sintomas da doença estão febre, associada a dores de cabeça, corpo, olhos e nas articulações, vômitos e manchas pelo corpo. “Ao identificar episódios de febre e cansaço, com mais sintomas associados, é importante buscar atendimento médico, para diagnóstico e tratamento adequado”, orienta a médica.

A especialista alerta ainda para o risco da automedicação em casos de dengue. “O uso de anti-inflamatórios e AAS (ácido acetilsalicílico, conhecido também como aspirina), aumentam o risco de hemorragias e podem complicar o quadro clínico”, complementa.

Em Campinas, a maioria dos casos está concentrada na faixa etária entre 20 e 39 anos. “Os públicos com maior risco de complicações e casos graves são crianças e idosos, além de pacientes com comorbidades, como hipertensão, diabetes, cardiopatias, DPOC, entre outras”, alerta Dra. Elisa.

A dengue é uma doença grave, que pode levar a morte. Ela é transmitida pelo mosquito Aedes aegypti, responsável também por outras arboviroses, como chikungunya e zika vírus.

Dados da prefeitura de Campinas apontam que, dos criadouros identificados durante as visitas de agentes, 72% são vasos e pratos de flores e plantas, latas, garrafas, baldes, materiais de construção.

“A prevenção começa em casa. O mosquito se reproduz em água parada, por isso, é tão importante conscientizar a população. Ações individuais têm impacto significativo na redução dos criadouros do mosquito transmissor”, destaca a infectologista do São Luiz Campinas.

A unidade da Rede D’Or, inaugurada no último mês de maio, conta estrutura de ponta e uma linha de cuidado completa para casos de dengue e outras arboviroses. O São Luiz também criou um comitê específico para Dengue, coordenado pelo setor de infectologia, para monitoramento e definição de ações para auxiliar no enfrentamento da doença.

Medidas de Prevenção em Casa:

– Elimine criadouros: Verifique regularmente áreas ao redor de sua casa em busca de recipientes que possam acumular água, como vasos de plantas, pneus velhos e recipientes descartáveis. Esses são locais propícios para a reprodução do mosquito Aedes aegypti, vetor da dengue.

– Limpeza de calhas e canaletas: Certifique-se de que calhas e canaletas estejam limpas, evitando acúmulo de água parada.

– Descarte adequado de resíduos: Descarte corretamente o lixo, evitando deixá-lo acumulado em locais inadequados.

– Cuidados com recipientes de água: Mantenha caixas d’água vedadas e piscinas devidamente tratadas.

– Proteção adicional: Para aumentar a proteção é possível utilizar repelentes, principalmente durante as horas de pico de atividade do mosquito, ao amanhecer e ao entardecer. Além disso, instalar telas em janelas e portas para impedir a entrada do mosquito.