Eles são cerca de três milhões de pacientes no Brasil, 150 mil na Bahia e 30 mil em Salvador. Estamos falando de pessoas com epilepsia, a doença neurológica crônica mais comum no mundo, para chamar a atenção para a campanha de conscientização promovida pela Federação Brasileira de Epilepsia(Epibrasil), junto à mídia, em três capitais nordestinas- Salvador, Fortaleza e Recife- com o objetivo de levar esclarecimentos, orientações e quebrar os estigmas sociais que envolvem a doença.
Segundo divulgação da assessoria de Comunicação da Epibrasil, a epilepsia é uma doença neurológica crônica na qual ocorre uma predisposição persistente do cérebro para gerar crises epilépticas. Para ser definido como um portador da doença, o paciente deve apresentar duas crises epilépticas espontâneas, não provocadas, num intervalo maior do que 24 horas.
A crise convulsiva, ou convulsão, ocorre devido a um aumento excessivo e desordenado da atividade elétrica das células cerebrais, nesse caso os neurônios, muitas vezes caracterizada por movimentos desordenados, repetitivos e rápidos de todo o corpo. Além disto, a convulsão também pode ocasionar perda temporária de consciência, aumento da salivação, ranger de dentes, perda do controle do processo urinário e defecação.
Normalmente,as pessoas se assustam ao se depararem com alguém tendo uma crise convulsiva e, em função disto, sentem-se com medo de ajudar. No entanto, para aquele que sofre a convulsão a ajuda é de extrema importância, visto que durante a crise o risco de lesões em decorrência da perda brusca ou muito rápida da consciência pode ocasionar queda desprotegida ao chão, podendo gerar ferimentos e até mesmo fraturas.
A crise convulsiva não é um processo contagioso ou transmissível, sendo assim, não há qualquer risco para aquele que auxilia um indivíduo nesta condição. Medicamentos podem manter a doença sob controle.
Repercussões sociais
As repercussões sociais e psicológicas das epilepsias são enormes, assim como os problemas enfrentados pelos pacientes e seus familiares. A discriminação e o preconceito dificultam a inserção dos portadores da doença na sociedade, principalmente no que se refere à obtenção e manutenção de empregos, o que leva a dificuldades econômicas, inclusive para a aquisição dos medicamentos antiepilépticos.
Diagnóstico
O diagnóstico de epilepsia é essencialmente clínico e baseado nos sintomas referidos pelo paciente e seus familiares. O eletroencefalograma (EEG), quando alterado, define melhor o tipo de crise epiléptica e a ressonância magnética do encéfalo, em alguns casos, pode mostrar a causa da doença.
Ajuda
É muito simples auxiliar uma pessoa durante uma crise convulsiva, entretanto é necessário saber o que você deve ou não fazer durante este momento.
O que fazer:
1) Mantenha-se calmo e acalme as pessoas ao seu redor;
2) Evite que a pessoa caia bruscamente ao chão;
3) Acomode-a em local sem objetos dos quais ela pode se debater e se machucar;
4) Utilize material macio para acomodar a cabeça da pessoa;
5) Posicione-a de lado de forma que o excesso de saliva ou vômito (pode ocorrer em alguns casos) escorram para fora da boca;
6) Afrouxe um pouco as roupas para que a pessoa respire melhor;
7) Permaneça ao lado da vítima até que ela recupere a consciência;
8) Ao término da convulsão a pessoa poderá se sentir cansada e confusa, explique o que ocorreu e ofereça auxílio para chamar um familiar. Observe a duração da crise convulsiva, caso seja superior a 5 minutos sem sinais de melhora, peça ajuda médica.
O que não deve ser feito
1) Não impeça os movimentos da vítima, apenas se certifique de que nada ao seu redor irá machucá-la;
2) Nunca coloque a mão dentro da boca da vítima, as contrações musculares durante a crise convulsiva são muito fortes e inconscientemente a pessoa poderá mordê-lo;
3) Não jogue água no rosto da vítima.
*Redação Portal Saúde no Ar