As hepatites virais continuam sendo um grave problema de saúde pública, principalmente as hepatites B e C que, associam-se, frequentemente, a complicações como a cirrose hepática e o carcinoma hepatocelular. A hepatite B infecta hoje 300 milhões de habitantes no mundo e cerca de 1 milhão de brasileiros.
Para mostrar a importância para a população de se descobrir a doença e buscar tratamento, a Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (Sesab) lança uma campanha alusiva ao Julho Amarelo, com o objetivo de chamar a atenção da população sobre a doença.
De acordo com o médico especialista em Hepatologia, Raymundo Paraná, o Julho Amarelo é muito importante para fazer a informação chegar à população, como também aos profissionais de saúde. Na Bahia, de janeiro de 2007 até maio de 2017, foram confirmados 16.422 casos de hepatites.
Infelizmente, as hepatites ainda são um problema de saúde pública. “A hepatite B tem uma relação muito próxima com o câncer de fígado. Apesar de termos a vacina disponível na rede pública, a cobertura vacinal ainda pode ser aperfeiçoada”, explica o secretário da Saúde da Bahia, Fábio Vilas-Boas, que pontua ainda a existência de testes rápidos para diagnóstico no Sistema Único de Saúde (SUS). “As unidades de saúde possuem exames de triagem para hepatites B e C, cujo resultado sai em até 20 minutos”, diz o secretário.
A hepatite C é outra grave endemia mundial. Atinge cerca de 150 a 130 milhões de pessoas no mundo. “No Brasil, 1,5 milhão sofre com a doença”, informa Raymundo Paraná. De acordo com ele, a hepatite C foi muito transmitida nas décadas de 60, 70 e 80 e também no início dos anos 90, pelo compartilhamento de instrumentos perfurocortantes, transfusão sanguínea, dentre outros.
De acordo com o médico, no Brasil, particularmente no Nordeste, o uso indiscriminado de complexos vitamínicos, glicose e medicamentos do tipo glucoenergan, por via venosa, com seringas não descartáveis foi responsável pela maior parte das contaminações entre os homens. “Estes, hoje tem o seu diagnóstico na faixa etária superior a 50 anos, fazendo com que a hepatite C se associe a diversas comorbidades, tais como: Diabete mellitus e obesidade, as quais fazem a doença progredir rapidamente”, esclarece o hepatologista.
Deste modo, não é por outro motivo que a hepatite C é responsável por metade das indicações de transplante de fígado no país, como também é hoje responsável por 70% dos casos de câncer de fígado. “A boa notícia é que o seu tratamento mudou imensamente nos últimos anos. Hoje os medicamentos usados por via oral, são seguros, praticamente isentos de efeitos adversos e com taxa de cura que varia de 90 a 95%”, finaliza Raymundo Paraná.
Fonte: Sesab