Hanseníase: quanto antes você descobrir, mais cedo vai se curar”. Esse é o mote da campanha publicitária lançada nesta quarta-feira (21), pelo Ministério da Saúde, para conscientizar a população sobre o do Dia Mundial de Luta contra a Hanseníase, que ocorre no próximo dia 26. O objetivo da campanha é levar as pessoas a realizar o diagnóstico precoce da doença que, como o tratamento, é ofertado de graça no Sistema Único de Saúde (SUS).
A doença é considerada endêmica em todo o país, com maior incidência em cinco estados: Pará, Maranhão, Tocantins, Mato Grosso e Pernambuco. Atualmente, são 1,42 casos por 10 mil habitantes, uma queda de 68% em dez anos, o que mostra o esforço de eliminar a doença do país.
Segundo o ministro da Saúde, Arthur Chioro, o diagnóstico precoce feito em crianças e adolescentes é fundamental para a quebra da cadeia de transmissão da doença. “As ações que o SUS têm desenvolvido vêm mudando o perfil da hanseníase no nosso país. O aumento no número de casos registrados, na verdade, significa que estamos sendo mais eficazes em fazer o diagnóstico e também no encaminhamento do paciente para tratamento e investigação de possíveis casos no ambiente familiar, o que é fundamental para interromper a transmissão”, explica.
Chioro ressaltou que a desigualdade na distribuição da doença exige um compromisso entre os governos estaduais e municipais, a sociedade, as entidades médicas e os profissionais de saúde. “A realização desse pacto permitirá levar informação e atendimento básico à população por meio das equipes da Saúde da Família e o programa Mais Médicos, estratégia que atinge todas as localidades do país”, afirmou.
A campanha será direcionada aos municípios de maior prevalência da hanseníase localizados, principalmente, nas Regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste. A comunicação com a população e os profissionais de saúde será feita por meio da TV, distribuição de cartazes, folhetos e mídias na internet, principalmente nas redes sociais. Ainda para marcar a data de luta contra a doença, em Brasília, o prédio do Ministério da Saúde receberá projeção de luzes em cores marrom, vermelho e bege, que representam os tons das manchas provocadas pela doença. A partir do mês de agosto, a campanha chega às rádios de todo o país.
A hanseníase é uma doença crônica, infectocontagiosa, cujo principal agente etiológico é o Mycobacterium leaprae. A doença é transmitida de uma pessoa doente que não esteja em tratamento para uma pessoa saudável suscetível. A hanseníase tem cura, mas pode causar incapacidades físicas se o diagnóstico for tardio ou o tratamento não for realizado adequadamente, pelo período preconizado, já que atinge pele e nervos.
O Ministério da Saúde recomenda que as pessoas procurem o serviço de saúde ao aparecimento de manchas, de qualquer cor, em qualquer parte do corpo, principalmente se essa mancha apresentar diminuição de sensibilidade ao calor e ao toque. Após iniciado o tratamento a pessoa para de transmitir a doença quase que imediatamente.
Além do diagnóstico, o SUS oferece tratamento para hanseníase, disponível em todas as unidades públicas de saúde. A poliquimioterapia (PQT), uma associação de medicamentos que evita a resistência do bacilo deve ser administrado por seis meses ou um ano a depender do caso. Os pacientes deverão ser submetidos, além do exame dermatológico, a uma avaliação neurológica simplificada e sempre receber alta por cura. Nos últimos dez anos, a taxa de cura da doença no país aumentou 21,2%. Em 2003, 69,3% das pessoas que faziam tratamento para hanseníase se curaram. Já em 2014, esse número saltou para 84%.
Fonte: Ministério da Saúde