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Cambridge reforça eficácia de mosquitos modificados contra doenças

Mosquitos de Aedes aegypti são vistos no laboratório da Oxitec em Campinas

A Wolbachia é uma bactéria presente na maioria dos insetos (cerca de 60%), como abelhas e borboletas, mas não é naturalmente encontrada no aedes aegypti. Quando implantada no mosquito, ela tem a capacidade de fazer com que o inseto não transmita dengue, Zika e chikungunya, mesmo que o vírus esteja em seu organismo.

Um estudo publicado na revista científica The Lancet – Infectious Diseases por pesquisadores da Universidade de Cambridge, no Reino Unido, reforça as evidências de que a estratégia de soltar mosquitos com a bactéria Wolbachia reduz a incidência de doenças como a dengue e a chikungunya.

A pesquisa foi feita em parceria com o World Mosquito Program (WMP/Brasil), iniciativa que, no Brasil, é conduzida pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). Entre 29 de agosto de 2017 e 27 de dezembro de 2019, 67 milhões de mosquitos foram liberados em cinco áreas da zona norte do Rio de Janeiro, que incluem a Ilha do Governador, Ilha do Fundão, Complexo da Maré, Ramos, Penha e Vigário Geral.

“Nossos resultados oferecem mais evidências de que wMel [mosquitos com Wolbachia] podem reduzir consideravelmente o peso – para o sistema público de saúde – de diferentes arboviroses [doenças] em uma mesma comunidade. O estabelecimento da wMel em comunidades urbanas complexas como o Rio de Janeiro é um grande desafio, e entender por que sua introdução em populações de Aedes aegypti é mais rápida e mais homogênea em algumas localidades que em outras vai ajudar a viabilizar seu sucesso no futuro”, diz o artigo, que relaciona a liberação dos mosquitos com uma redução de 38% na incidência de dengue e 10% de chikungunya.

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